Igreja

D. José Cordeiro tomou posse como Arcebispo de Braga mas sem esquecer as suas raízes

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2022-02-17 10:24

Sábado tomou posse formalmente e, no domingo, celebrou a primeira missa enquanto Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, numa eucaristia em que participaram o Presidente da República, os autarcas de Bragança, Miranda do Douro e Alfândega da Fé e vários padres da diocese de Bragança-Miranda, numa sé de Braga completamente cheia.

 

Foi "sem medo" que D. José Cordeiro deu início ao seu ministério como Arcebispo Metropolita de Braga, no passado fim de semana, e sem esquecer as "raízes".
Aquele que foi bispo da diocese de Bragança-Miranda nos últimos dez anos tomou posse no passado sábado, na Sé de Braga, como sucessor de D. Jorge Ortiga num dos cargos de maior importância da Igreja portuguesa, numa arquidiocese com quase dois milénios de história.

Numa cerimónia singela, tomou posse do novo cargo, sendo o primeiro natural do Nordeste Transmontano e pertencente ao clero da diocese de Bragança-Miranda a tornar-se Arcebispo de Braga (já antes, no século XIX, D. José Joaquim de Azevedo e Moura, natural de Alfândega da Fé, foi Arcebispo de Braga mas nunca pertenceu ao clero transmontano, pois estava incardinado em Évora. Também D. António Bento Martins Júnior, que foi bispo de Bragança-Miranda no século XX, se tornou Arcebispo de Braga, mas era natural de Vila do Conde).

Em resposta ao Mensageiro, na conferência de imprensa que se seguiu à tomada de posse, conferida pelo representante do Papa Francisco em Portugal, o Núncio Apostólico D. Ivo Scapolo, e de ter visto o seu Brasão de Fé substituir o de D. Jorge Ortiga por cima da cadeira na Sé de Braga, D. José Cordeiro emocionou-se ao lembrar a diocese de Bragança-Miranda.

" Não consigo dizer por palavras... é difícil de expressar [o que sentiu quando deixou a diocese transmontana rumo a Braga]. É o primeiro amor, são as próprias raízes. São as raízes que nos sustentam. Bragança é filha de Braga e é isso que me consola também.

Desde 1545 começámos como diocese em Miranda. Depois Bragança-Miranda e em 1881 se reconfigurou naquilo que é o território de Bragança-Miranda. Mas estamos na mesma província eclesiástica e o coração está totalmente em Braga mas tem muitas saudades de Bragança-Miranda. Como disse na última celebração, o até sempre ainda me radica ainda mais em Braga", sublinhou D. José Cordeiro.

Domingo foi tempo de presidir à primeira eucaristia, na Sé de Braga, como Arcebispo, tendo na assembleia de fiéis nomes ilustres como o de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, a ministra da Justiça e da Administração Interna, Francisca Van Dunem (em representação do Primeiro Ministro), os presidentes das Câmaras de Bragança, Alfândega da Fé e Braga, o herdeiro do trono português, D. Duarte Pio, e vários padres da diocese de Bragança-Miranda.
Na sua homilia, D. José Cordeiro usou as palavras de Jesus para o convite "à esperança" no início do seu ministério pastoral.

"Não basta, todavia, cultivar uma forma de ser pobre, chorar, passar fome ou ser perseguido para ser feliz. Há um enorme trabalho interior a realizar para a simplicidade do coração. Tenhamos, porém, a coragem da alegria e da esperança!", sublinhou o novo Arcebispo. À igreja bracarense lembrou que se vivem "tempos difíceis". "Mas este é o nosso hoje e o hoje de Deus, que em Cristo se torna esperançoso", sublinhou.

"Não tenhamos medo. A nossa vocação é a esperança; o medo é o maior obstáculo da esperança.
Deixemo-nos contagiar pela imaginação e criatividade!", pediu ainda.

 

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