Entrevista André David - treinador do GDB

“Equipa era melhor do que os resultados deixavam parecer”

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2015-02-05 09:50

Chegado há pouco mais de um mês ao comando técnico do Grupo Desportivo de Bragança, aos 29 anos, André David trouxe uma nova dinâmica e... vitórias. Em cinco jogos, o GDB ganhou quatro e empatou um. O Mensageiro foi conhecer melhor aquele que ameaça ser um dos fenómenos da nova vaga do futebol português.

Mensageiro de Bragança: Como está a correr a experiência em Bragança?
André David:
Está a correr bem, sobretudo no que importa, que são os resultados desportivos e foi por isso que o Bragança trocou de treinador. Está a correr excecionalmente bem, com cinco jogos, quatro vitórias e um empate. Estou super satisfeito.

MD.: O que mudou? O que trouxe de diferente para uma equipa que só tinha duas vitórias, nenhuma delas em casa, e que, de repente, não voltou a perder?
AD.:
Não sei o que mudou e não é correto estar a falar do que era antes, porque não conheço. Só sei o que houve depois. É uma equipa que sofre poucos golos e marca bastante mais do que aqueles que sofre. Sofreu dois e marcou oito. Isso reflete aquilo que são as nossas ideias, o nosso trabalho.
Sempre disse que queríamos uma equipa equilibrada nos diversos momentos de jogo e que nos permitisse consolidar o que é o nosso modelo de jogo e isso traduzir-se em resultados. Sabíamos que, aliado ao facto de ter pouco tempo de trabalho, teríamos de arrepiar caminho e procurar juntar o que são as exibições e a nota artística com aquilo que é a parte mais resultadista.
Por um lado, já conseguimos mas aquilo que nos agrada num modelo de jogo não tem aparecido tão frequentemente, porque, também, até ao final da primeira fase tivemos vinte e poucos treinos, dos quais apenas três ou quatro foram de esquemas táticos. Felizmente os resultados apareceram e vamos consolidando o que são os nossos comportamentos.

MB.: O que encontrou aqui? O problema era uma questão de confiança? Ou falta dela?
AD.:
Primeiro, não acredito muito em chicotadas psicológicas. Sei que há sempre um impacto e aquela limpeza de não estar sempre a falar com a mesma pessoa e com desgaste emocional. Mas acredito bem mais na chicotada metodológica. Procuramos trazer uma forma de trabalhar diferente, e procurar começar a trabalhar de acordo com o nosso modelo e as nossas ideias.
Encontrámos, sobretudo, uma equipa que não era tão má quanto a classificação fazia prever, porque quando as coisas estão más, o que é mau parece ainda pior e o que é bom parece mau. Certo é que é um grupo com jogadores de qualidade, mais numas posições do que noutras mas, no cômputo geral, parece que tem qualidade e a demonstrar está que estes resultados, muito provavelmente, iriam possibilitar a nossa ida à fase de subida e depois logo se veria. Mas, sobretudo, havia vontade de trabalhar. E nós fomos procurando, com a nossa forma de trabalhar, dar aquilo que eles queriam, que era tocar na bola e montar o jogo com base nisso.

MB.: Quanto a alterações visíveis na equipa só a maior utilização do Tony e o facto de se ter estabilizado na escolha do guarda-redes, neste caso do Nélson...
AD.:
Isso tem um pouco a ver com o que são as ideias de cada treinador. Na questão dos guarda-redes acho que é fundamental a estabilidade de um guarda-redes. Embora tenham um potencial muito próximo, pareceu-me que era importante estabilizar e continuar a ter os dois a trabalhar bem. Acredito que o Ximena ainda vai fazer uma série de jogos até final da época porque tem potencial e tem historial aqui. O peso e a importância no balneário é enorme e não podemos abdicar disso. Em relação ao resto dos jogadores, não sei se foi só o Tony. Haverá um ou outro que, eventualmente, não esteja a ser tão utilizado quanto era antes mas o certo é que temos optado por 12, 13 jogadores.
 
(entrevista completa disponível para assinantes ou na edição impressa)

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