Bragança

Jorge Gomes apresentou candidatura à Câmara para "despertar Bragança" e com farpas ao rival

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2021-07-29 12:27

Jorge Gomes apresentou ontem a sua lista à Câmara, pelo Partido Socialista (PS) com o objetivo de "despertar Bragança", como indica o slogan de campanha.
A apresentação decorreu ontem, no castelo, sem a presença esperada de Marta Temido, Ministra da Saúde.

Luís Pires, anterior diretor da ESACT, do IPB, em Mirandela, é o cabeça de lista à Assembleia Municipal.

Nuno Diz, presidente da concelhia de Bragança do PS, será o cabeça de lista à União das Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, em Bragança.

"A primeira preocupação que temos é a de estancar a saída de pessoas do nosso concelho", frisou Jorge Gomes.

A candidatura "mobiliza cerca de 650 pessoas" e o candidato, presidente da Federação Distrital do PS, espera ainda apresentar candidatos às 39 freguesias do concelho, quando entregar os processos no tribunal, na próxima segunda-feira.

Jorge Gomes deixou, ainda, críticas à governação de Hernâni Dias, eleito pelo PSD, acusando-o de ter posto "uma cremalheira vermelha no nosso viaduto da Av. Sá Carneiro".

"Não entendo que se gaste um dinheirão de vergonha para compor a Av. Sá Carneiro, em que se enfia uma ciclovia no passeio, provocando problemas entre os ciclistas e os peões, quando há aldeias no nosso concelho sem saneamento nem água", disse o candidato pelo PS, que avança pela terceira vez à Câmara.
"Ainda termos aldeias sem água nem saneamento, em que têm de ser os bombeiros que vão lá abastecer as pessoas no verão, é uma vergonha", sublinhou.

Jorge Gomes chamou ainda a atenção para o facto de haver ainda "2500 analfabetos no concelho".

"Já pensaram bem o que é pessoas com 70 ou 80 anos aprenderem a escrever os seus nomes? Isso dá uma riqueza enorme ao concelho", disse Jorge Gomes.
O candidato socialista criticou, ainda, a experiência de trazer famílias para a região durante um mês, com as despesas pagas pelo município.

"Qual é o sentido? Vieram um mês de férias e foram-se embora. O que fica cá?", criticou.

Jorge Gomes apontou ainda aquilo que considera ser "um afastamento muito grande entre a cidade e o mundo rural".

"Não podemos ser os coveiros do mundo rural mas sim os recuperadores e revitalizadores das aldeias", frisou o candidato do PS.

Jorge Gomes lembrou que "já há famílias estrangeiras, casais reformados, a habitar no concelho, atraídos pela sua qualidade de vida. Será que não conseguimos atrair também jovens?", questiona.

Por isso, integra na sua lista, em número dois, um gestor de uma multinacional, Pedro Andrade, de 44 anos, "que terá a função de captação de empresas e investimento para a região, de forma a criar aqui empregos que fixem os jovens que vêm para cá estudar", explicou. "Mas empregos com qualificações, bem remunerados", frisou ainda.

Por outro lado, outro dos objetivos da candidatura de Jorge Gomes passa por fazer de Bragança "um concelho integrador, de raças e de credos". A pensar nisso, foi convidada Fátima Castanheira para a lista, em número três.

Jorge Gomes promete, ainda, "trabalhar a sério para potenciar os recursos hídricos e a natureza", garantindo, ainda, que vai "investir no Parque Natural de Montesinho", de forma a tornar Bragança um destino de excelência para o "Turismo de Natureza".

Na área social, promete estar "atento às famílias, ao emprego e à habitação social".

Jorge Gomes apontou, ainda, outras áreas relevantes a serem trabalhadas pela sua candidatura, como a Educação, a Cultura, o Desporto e o Turismo.
"Bragança não tem uma política desportiva", vincou.

"A Câmara não pode ser gerida a pensar no voto mas nas pessoas", disparou.

Deputado há dois mandatos, Jorge Gomes traz consigo experiência de governação, até por já ter sido Governador Civil do distrito, o último antes da extinção do cargo pelo governo de Pedro Passos Coelho, e de Secretário de Estado da Administração Interna.

Por isso, pretende implementar "um sistema transparente" de financiamento das freguesias do concelho, com "um contrato e independentemente da cor política", para "evitar que os senhores presidentes de junta tenham de andar de chapéu estendido, como que a pedir esmola".

Jorge Gomes apelidou, ainda, de "heróis" os que "vivem no meio rural", pois não há "comunicações". "As aldeias têm de ter rede de telemóvel e internet de fibra", sublinhou.

Outra das apostas passa por "um bom serviço municipal de Proteção Civil", que será "fundamental no futuro".

Assinaturas MDB