Nos setenta e cinco anos do Mensageiro de Bragança
Setenta e cinco anos depois de D. Abílio Vaz das Neves o ter fundado, numa inspiração fecunda e consistente, o MENSAGEIRO DE BRAGANÇA não acusa a usura do tempo nem tão pouco o acanhamento do seu espaço vital.
Setenta e cinco anos de história e de estórias, colado às vidas de um Povo que lhe dedica respeito e veneração, como é sempre suposto dispensar-se a um tabelião que escriture as nossas vidas e as nossas heranças.
Setenta e cinco anos de labutas inderrogáveis, de empenhos urgentes, de proclamações firmes e verticais onde assentaram o sublime e a minudência, a crítica e o elogio e onde os opostos conviveram em equilíbrios ponderados.
Setenta e cinco anos e, no entanto, a renascer cada semana, veiculando pedaços da nossa vida coletiva onde todos cabem, o rico e o pobre, o governado e o governante, o velho e o novo, o presente e o ausente, quem nasce e quem morre. A todos, com a grandiosidade de quem se reconhece vara de profeta, o Mensageiro de Bragança abarca e congraça.
Setenta e cinco anos conferem ao Mensageiro de Bragança o raro privilégio de ser arca do tesouro do nosso passado, é certo, mas também a voz avisada do nosso presente e especialmente o astrolábio com o qual esquadrinhamos as rotas do nosso futuro.
Setenta e cinco anos depois do ato fundacional de D. Abílio, importa invocar os incontáveis dirigentes e colaboradores que lhe deram consistência e persistência ao longo destas décadas e que servirão de exemplo àqueles que hoje lhe traçam o destino, num tempo de ímpares e supremos desafios comunicacionais.
Vencerão? Venceremos, seguramente, porque as ideias fecundas são imperecíveis e um homem não vive sem as suas memórias.