Um esclarecimento que se impõe
Numa breve entrevista que concedi a uma rádio local, a jornalista fez uma confusão insuportável: associou a manutenção da urgência básica de Macedo de Cavaleiros com a retirada do helicóptero do INEM estacionado nesta cidade, como se fosse uma espécie de troca.
E mais: que teria sido eu o autor dessa troca!
Tal confusão serviu já de pretexto a notícias diversas e a pronunciamentos públicos mais ou menos emocionais e bastante oportunistas.
Porque esta questão se reveste de grande melindre (porventura uma das mais melindrosas dos últimos tempos no nosso distrito), tanto para a população do nosso distrito como para mim próprio, quero deixar aqui alguma informação rigorosa e correta sobre a matéria.
É verdade que me bati pela manutenção da unidade básica de urgência em Macedo de Cavaleiros, tendo, para tal, reunido com o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde em Junho passado.
É verdade que me bati por este serviço como já me tinha batido em 2006 e em 2007, quando se anunciou o seu possível encerramento.
É verdade que me bati pela permanência desta urgência, apesar de conhecer a difícil situação orçamental do País, apesar de estar próxima a conclusão da autoestrada transmontana, apesar de haver mais um relatório que propunha o seu encerramento e apesar de, nos últimos anos, haver uma diminuição do número de utentes que procuram esta urgência.
É verdade que me bati porque, se encerrar esta urgência, é o hospital de Macedo de Cavaleiros que vai perder (perde serviços, valências e pessoal) e é a desvalorização dos serviços de saúde de um concelho e de um distrito que acabará por acontecer.
Por isso, foi com agrado que ouvi o Secretário de Estado garantir-me que a urgência básica de Macedo de Cavaleiros continuaria aberta.Associar este meu empenho pela manutenção da urgência básica de Macedo de Cavaleiros com a deslocação do helicóptero para Vila Real só pode ser brincadeira de mau gosto!
Uma coisa não tem rigorosamente nada a ver com a outra! Que fique claro: desminto frontal e categoricamente que haja qualquer ligação da minha parte e pelas minhas ações entre uma coisa e a outra. Agora o helicóptero…
A deslocação do helicóptero de Macedo de Cavaleiros para Vila Real, como todos já perceberam, tem a ver com a necessidade de reduzir a despesa com os meios aéreos, levando à existência de um único helicóptero para a Região Norte (recorde-se que foi já retirado o helicóptero do Porto), que ficará estacionado junto de uma urgência e de um hospital onde os cidadãos podem ser atendidos com mais qualidade e com mais prontidão, como é o caso do hospital central de Vila Real.Não quero deter-me muito sobre as vantagens ou desvantagens desta mudança do helicóptero (porque as duas existem, obviamente) tanto mais que o processo segue agora vias judiciais. Creio, apesar de tudo que, se a colocação do helicóptero em Macedo de Cavaleiros foi uma decisão boa, a sua deslocação para Vila Real, atendendo a todas as circunstâncias, será muito melhor, também para os cidadãos do Distrito de Bragança. E eu, que nada percebo de helicópteros e de serviços de emergência, acredito nas explicações públicas dadas pelo Presidente do INEM em que enumerava as vantagens da localização do helicóptero em Vila Real e que este jornal transcreveu há meses. O Presidente do INEM é seguramente uma pessoa de indiscutível competência técnica nesta matéria e está acima dos interesses deste Governo, já que foi nomeado ainda pelo anterior.
Sobre esta matéria, nada como esperar pelo futuro e avaliar os resultados desta decisão para os interesses dos doentes que é o verdadeiramente interessa.
Sim, nestas questões apenas os interesses dos doentes e dos doentes emergentes interessam e nada mais!