A opinião de ...

Há de ficar tudo bem

Numa altura em que se vivem os piores dias de sempre em termos de contabilidade de casos e mortes provocadas pela pandemia que nos virou o mundo do avesso, não é fácil pensar que, findo o sofrimento, há de ficar tudo bem. Mas sim, vai ficar tudo bem.
Ao longo da História da Humanidade, o Homem viveu momentos mais ou menos trágicos, mais ou menos duros, de grande prosperidade e de enorme carência. E não foi por isso que a vida deixou de continuar.
As feridas serão mais ou menos profundas consoante o nosso comportamento, como já se viu pela amostra das festas de Natal e Ano Novo.
A população está cansada de ficar fechada mas os próximos dias, de chuva, podem dar uma ajuda e fazer aquilo que os sucessivos apelos dos governantes não conseguem, manter as pessoas em casa.
Depois das eleições presidenciais deste fim de semana, as medidas vão endurecer ainda mais. Ganham força as vozes que dizem que só um confinamento musculado agora permite aliviar mais e mais depressa no futuro, dado o grau de pressão que existe sobre os hospitais e o número de contágios na comunidade.
Há mais ou menos um século, a chamada Gripe Espanhola dizimou mais vidas do que a I Guerra Mundial (agora, a covid-19 já levou mais portugueses que os 14 anos de guerra colonial).
Mas, sem vacina nem medicina moderna, a pandemia acabou por perder força em, sensivelmente, dois anos.
O ano de 2021 será, por isso, o ano em que se assistirá a um decréscimo paulatino desta pandemia, que será mais acelerada pelo processo de vacinação em curso.
Mas a forma como chegaremos ao outro lado da margem depende da forma como encararmos agora as nossas responsabilidades.
Responsabilidades enquanto seres sociais, inseridos num grupo de semelhantes, e não de cada indivíduo por si, como uma ilha isolada.
Tal como o bater de asas na Austrália pode provocar um tufão na América, um comportamento menos assertivo na prevenção de contágio pode dificultar e retardar o regresso à normalidade possível.

Que não se perca a esperança, pois é ela que nos guia e dá força.
Recentemente, dois acontecimentos na região poderão ter servido para manter a réstia de esperança. Duas pessoas desapareceram mas acabaram por ser encontradas, com vida, pelas autoridades. As boas notícias dão o conforto que precisamos agora.

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