A opinião de ...

Pavilhão Municipal Arnaldo Pereira Uma homenagem merecida!...

Sou daqueles que entendem que para de dizer que se É de uma determinada terra, não basta nela ter nascido. Naturalmente que o local de nascimento é uma referência que não se apaga do Bilhete de Identidade, ou do Cartão de Cidadão. Porém, é preciso ter em conta que, para SER/ SENTIR de uma aldeia, vila, ou, cidade, é determinante que se viva a identidade com devoção, emoção, preocupa- ção e, principalmente, com o coração, assumindo uma sa- lutar relação de um convívio consistente e inteligente com a sua gente, evidenciando a prática consciente de perten- ça.
Ora, todos nós conhecemos e percebemos que há mui- ta “gentinha” que, depois de sair da sua terra, dela pouco se lembram, ou por ela nada fazem. E, se fazem, revelam, habitualmente, muita difi- culdade em sair do horizon- te limitado dos seus próprios interesses, nunca se abrin- do a uma relação verdadeira e sincera, bem como a uma intercomunicação dialogan- te, harmoniosa, forte e inte- ligente, que favoreça o enten- dimento e o desenvolvimento local, num contexto de con- córdia. Infelizmente, há mui- tos cidadãos que nasceram no Nordeste Transmontano, mas que, depois de saírem, deste “reino”, apesar de ser conside- rado “maravilhoso”, dele pou- co se lembram, salvo quando alguém potenciou a sua vinda (deslocação), lhe caucionou honorários, ou lhe propor- cionou alguma homenagem, tantas vezes não merecida, ou pouco devida.
Ora vem isto a propósito da homenagem de que foi, recen- temente, alvo o conhecido/re- conhecido, o consagrado in- ternacional de futsal, Arnaldo

Pereira.
Conheci o Arnaldo Pereira, quando iniciou a prática des- portiva, envergando, na equi- pa Júnior, o equipamento dos Pioneiros de Bragança, cole- tividade da qual eu era diri- gente.
Aquele que parecia um rapaz franzino e relativamente ini- bido, mas que mostrava em- penho e jeito para a “bola”, viria a evoluir consideravel- mente e a tornar-se o mais internacional de todos os des- portistas nacionais, com cerca de duas centenas de interna- cionalizações na Seleção A, de futsal, da qual tem sido capi- tão, para além das passagens pela Seleção Sub21 e Sub23, sendo, consequentemente, detentor de um invejável cur- riculum desportivo.
Porém, nunca o vedetismo, o sucesso conseguido em Por- tugal e fora dele, o impediram de pensar na sua aldeia, No- gueira, e na sua cidade, Bra- gança.
A fundação da Escolinha de Futsal, Arnaldo Perei- ra, a funcionar na capital nordestina, desde 2008, a sua ligação e interação com o meio onde nasceu e cres- ceu, bem como a sua dispo- nibilidade para empreender e participar em causas sociais, para além de outros atributos positivos, que revelam amor à terra e interesse na região, sustentam de forma inequí- voca os argumentos que le- varam o presidente da Câ- mara Municipal de Bragança, a apresentar a proposta para atribuição de denominação “Pavilhão Municipal Arnal- do Pereira”, à infra-estrutura desportiva de salão mais em- blemática do concelho. Para além da sustentabilidade dos argumentos utilizados para a atribuição da denomina- ção, é importante nunca es- quecermos aqueles que aqui nasceram e se notabilizaram de forma brilhante, que con- sideram Bragança a sua ter- ra, a dignificam e prestigiam, sem interesses, nem vaidades. Gostei. Parabéns pela inicia- tiva. Lembrar os “nossos” é promover a identidade, é re- conhecer o mérito.

 

Edição
3514

Assinaturas MDB