Covid-19: Internamentos quase duplicam numa semana
Pela primeira vez em dois anos e dois meses, o Mensageiro de Bragança não conseguiu ter acesso ao número de infetados com covid-19 no Nordeste Transmontano mas, olhando para o número de pacientes internados, é possível verificar que praticamente duplicaram desde a semana passada.
Esta dificuldade em aceder a números reflete a forma como a pandemia passou a ser encarada pelas entidades oficiais e que os números nacionais refletem.
O número aproximado que foi possível obter aponta para pelo menos 528 pacientes em vigilância, mas um número que peca por defeito pois desde o dia 01 de maio deixaram de se fazer inquéritos epidemiológicos.
Por outro lado, tem havido dificuldades para aceder à linha Saúde 24, o que tem deixado muitos pacientes infetados sem qualquer seguimento e sem a inclusão nas bases de dados.
Por outro lado, o número de pacientes internados passou de 27 pacientes em enfermaria para os 44 registados ontem (mais 17), de acordo com a informação prestada pela Unidade Local do Nordeste.
A média de idades dos internados baixou dos 83 para os 72 anos.
A estes pacientes há que somar ainda mais três pacientes internados em Cuidados Intensivos, mais dois do que na semana passada.
Também os números da vacinação no distrito de Bragança deixaram de estar atualizados há três semanas.
Com muitos pacientes sem vigilância por parte das autoridades de saúde, começa a surgir a ideia de que poderá haver muitos mais infetados do que os números (que não são oficiais) indicam.
Um relatório do Instituto Superior Técnico sobre a pandemia, a que a Lusa teve acesso esta semana, avisava para a possibilidade de uma sexta vaga, considerando também que os dados existentes indicam que as novas linhagens da variante ómicron podem estar a contribuir para o aumento do número de casos, sendo esperada, também, um aumento da mortalidade nas próximas semanas.
Face à "tendência de agravamento significativo" da pandemia em Portugal, os especialistas admitem que a recente subida de casos positivos de SARS-CoV-2 "provavelmente contribuirá" para o aumento da mortalidade nos próximos 30 dias.
"Aconselhamos o reforço da monitorização e passar a mensagem de que o perigo pandémico ainda não terminou", destaca ainda o relatório, que acrescenta que a "monitorização dos números da pandemia deve ser feita de forma rigorosa e transparente até a declaração de fim da pandemia" pela Organização Mundial da Saúde, lê-se ainda.