D. José pede aos padres que sejam “mansos e humildes” como Maria na ordenação do sétimo sacerdote (com vídeo)
Domingo foi “um dia marcante” para a diocese de Bragança-Miranda, “com a graça da ordenação de mais um presbítero, para o serviço do Evangelho aqui neste território do Nordeste Transmontano”, descreveu D. José Cordeiro.
Duarte Gonçalves tornou-se no sétimo sacerdote ordenado pelo bispo. “Para nós é um sinal de renovação, pois é esse o desafio”, sublinhou, no final da celebração, que juntou centenas de fiéis na catedral. “Não esperava tanta gente mas fiquei contente. Vi as pessoas empenhadas em serem participantes. A partir de agora é muita mais responsabilidade. Vou esperar por aquilo que o bispo tem destinado para mim e depois se verá o que Deus quererá para o este meu ministério”, confessou o novo sacerdote, que teve a família a acompanhar este momento de “orgulho muito grande”, segundo dizia a irmã, Madalena Gonçalves.
Uma ordenação é sempre um momento importante na vida de qualquer diocese e, por isso, D. José reconheceu, na sua homilia, que “a Igreja peregrina e missionária presente na Diocese de Bragança-Miranda é uma realidade muito desafiante. Ao olhar a nossa realidade, perguntamos de imediato: «como é possível que um Padre, sem arruinar a sua saúde física, psíquica e espiritual, seja Pároco de uma imensidão de Paróquias numa Unidade Pastoral, como está a acontecer cada vez mais, dada a escassez de sacerdotes?»
O Papa Francisco disse abertamente aos Padres durante a missa crismal de 2015: «o povo ama, deseja e precisa dos seus pastores! O povo fiel não nos deixa sem atividade direta, a não ser que alguém se esconda num escritório ou passe pela cidade com vidros escuros. E este cansaço é bom, é um cansaço saudável. É o cansaço do sacerdote com o cheiro das ovelhas, mas com o sorriso de um pai que contempla os seus filhos ou os seus netinhos... Se Jesus está apascentando o rebanho no meio de nós, não podemos ser pastores com a cara azeda ou melancólica, nem – o que é pior – pastores enjoados. Cheiro de ovelhas e sorriso de pais...», disse o bispo.
E deixou um repto de “humildade” aos sacerdotes da diocese: “O que ser um Padre manso e humilde de coração? A mansidão e a humildade são o carácter dos fortes. S. Bento narra 12 graus da humildade, para concluir que o fim da humildade é a caridade. Para o Padre, a caridade pastoral, torna-o, antes de mais, consciente de construir a vida sobre o que é e não alguns centímetros ou metros acima do ‘humus’, do mistério para o ministério, questionando-o constantemente: para quem sou padre?
Da própria ordenação presbiteral decorrem: o primado do dom a reviver em cada dia; o serviço crente à Palavra de Deus; a celebração dos sacramentos; a pastoral da caridade; o ministério da oração; o seguimento de Cristo; a comunhão com o Bispo e com o presbitério.
O Padre manso e humilde é aquele que é capaz de acreditar na força transformadora do Evangelho e da amizade com Cristo e com os outros irmãos de todo o coração e em todo o coração.
O coração de Jesus Cristo e por consequência o coração do cristão Padre, é mais que o órgão central do sistema circulatório, que recebe e bombeia o sangue por meio de movimentos ritmados de dilatação e contração, sendo a interioridade mais santa onde nasce a alegria de evangelizar cordialmente, isto é, de todo o coração e em todo o coração”, concluiu o prelado.
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