Promover a saúde é urgente
Falar de saúde é muito mais que falar de ausência de doença. Na realidade, quando se aborda o tema “saúde” com os amigos ou nos meios de comunicação social, fala-se de doença. A Direção Geral da Saúde (DGS) considera que a saúde resulta de um conjunto de ações e oportunidades que a promovem, que previnem a doença e suas complicações ao longo da vida nos contextos em que ela decorre.
Desde que nascemos até que morremos, somos mais ou menos vulneráveis a determinados riscos. O percurso individual de saúde não é constante e existem necessidades específicas em determinados momentos para as quais é necessário estar mais atentos. Estes momentos, também chamados períodos críticos, exigem cuidados e intervenções de todos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a intervenção nestes momentos, a que chama janelas de oportunidades, é promotora e protetora de saúde e pode ter elevada relevância a médio e longo prazo. A saúde é algo que não se acumula, no entanto, resulta de um histórico de promoção da saúde bem como de prevenção da doença e suas complicações. Cada vez mais, promover a saúde é uma responsabilidade de todos. A DGS, no seu plano de saúde 2012-2016, reforça que cada profissão ou atividade no seu contexto tem impacto na saúde e no bem-estar individual de uma comunidade e que a saúde resulta de um trabalho multidisciplinar em que cada profissão contribui com o seu saber e responsabilidade. Daqui depreende-se que todos temos de potenciar a saúde e o bem-estar e que esta responsabilidade não é apenas dos profissionais de saúde. O que resolve identificar um risco ou alteração instalada se cada um de nós não interiorizar que tem que haver mudança? O que adianta saber que o colesterol ou a tensão arterial estão elevados, se não fizer o mínimo esforço para mudar o estilo de vida? Na grande maioria dos casos o melhor “medicamento” é colocar em prática os conselhos e sugestões fornecidos pelos enfermeiros e médicos nas consultas de vigilância de saúde.Torna-se necessário que cada vez mais tenhamos uma atitude salutogénica, onde cada um de nós deve ter a preocupação de estar informado para assim estar capacitado para tomar decisões responsáveis.
Praticando comportamentos saudáveis contribuímos para a obtenção de ganhos em saúde, traduzidos em anos de vida, em redução de episódios de doença, em diminuição de incapacidade temporária ou permanente, no aumento da funcionalidade, na redução do sofrimento e na melhoria da qualidade de vida.
Promover a saúde não implica tecnologia sofisticada, nem custos elevados, implica sim trabalho de proximidade, capacitação, consciência individual e coletiva para assumir que os comportamentos saudáveis que hoje forem “semeados” serão “colhidos” ao longo da vida. As perdas, essas sim, são cumulativas e favorecem o aparecimento precoce de doenças crónicas, degenerativas e incapacitantes.
Celeste Antão,
Adília Fernandes,
Carlos Magalhães
Instituto Politécnico de Bragança
www.cienciabraganca.pt