A opinião de ...

No caminho certo

O Orçamento do Estado para 2022 (OE22) foi rejeitado pelos partidos à esquerda e à direita do PS. Uma vez mais, uma maioria negativa provocou eleições antecipadas. Eleições desnecessárias e que vão protelar a execução dos fundos europeus alocados ao Programa de Recuperação e Resiliência e, por consequência, retardar a recuperação da economia.
Apesar de o Presidente da República ter avisado que se o “chumbo” do OE22 conduziria à dissolução da Assembleia da República, alguns dos que votaram contra mostraram-se surpreendidos (arrependidos?) com o desfecho e têm o despudor de culpar o PS, o único partido que votou a favor. O BE, o PCP e o PEV votaram contra por este OE ser pior que os seis anteriores que eles viabilizaram? Não. Pelo contrário. Era reconhecidamente melhor pois aumentava consideravelmente o rendimento das famílias, reduzia impostos e continha medidas para estimular o crescimento económico e criar emprego. Previa o aumento do salário mínimo para 705 euros (mais 40 euros, o maior aumento de sempre); o aumento extraordinário das pensões que beneficiaria dois milhões e trezentas mil pessoas; o desagravamento do IRS que beneficiaria um milhão e meio de famílias; a gratuidade faseada das creches para todas as crianças; a criação da garantia infantil, o mais poderoso instrumento de combate à pobreza infantil; o reforço dos serviços públicos, em especial do SNS, que teria um aumento de 700 milhões de euros; e muitas outras medidas ajustadas às prioridades do país.
E que dizer dos partidos da direita que anunciaram o voto contra ainda antes de conhecerem a proposta do Governo?! Dizer, pelo menos, que não é fazer política com seriedade e sentido de responsabilidade. Com tais comportamentos, quer os partidos da esquerda do PS quer os da direita contribuíram para dar razão aos detratores da atividade política, do Parlamento e da democracia Nem uns nem os outros tiveram em conta o interesse nacional.
O governo fez o que podia para evitar eleições antecipadas, por entender ser esse o interesse nacional. Quem governa, tem de definir prioridades e gerir criteriosamente os recursos de que dispõe para não hipotecar o futuro das novas gerações. Para quem não tem responsabilidades executivas, é fácil prometer tudo a todos.
O PS não queria eleições, mas não as teme. Apresenta boas listas de candidatos, conciliando experiência com inovação, equilíbrio de género e geracional, variedade profissional e incluindo independentes de reconhecido mérito. Vai para eleições com o sentimento do dever cumprido e reconhecendo que não fez tudo bem. Ninguém faz e muito menos num contexto tão imprevisível como o de uma pandemia. Os socialistas orgulham-se de ter como Primeiro-ministro o seu Secretário-geral, António Costa, uma voz prestigiada na Europa e que conseguiu carrear para Portugal um importante envelope financeiro para investir em projetos estruturantes e ajudar as famílias e as empresas.
As eleições do dia 30 de janeiro não são umas eleições quaisquer. São as eleições mais importantes das últimas décadas. Portugal precisa de estabilidade política para aproveitar bem os fundos comunitários, recuperar da crise económica, criar riqueza e emprego. E precisa de um Primeiro-ministro competente e com sensibilidade social, que conheça as necessidades do país e tenha prestígio internacional. Com António Costa, os portugueses e as portuguesas vão prosseguir no caminho certo, que é o caminho do desenvolvimento e do progresso.
Feliz Natal e um excelente 2022.

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