As catequeses do Papa Francisco
Ontem foi dia de audiência geral do Papa Francisco, no Vaticano.
O Sumo Pontíficie retomou a um tema a que já tem aludido algumas vezes, num ciclo de catequeses com o tema “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo guia o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”, e, com referência ao episódio narrado no evangelho de São Lucas (cf. Lc 4,1-2.13-14), quando Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto e lá foi tentado pelo demónio durante 40 dias. O Papa refletiu, diante dos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, sobre o Espírito Santo como nosso aliado na luta contra o espírito do mal.
De acordo com a notícia do Vatican News, ao ir para o deserto, Jesus obedece a uma inspiração do Espírito Santo, liberta-se de Satanás e, em seguida, regressa à Galileia no poder do Espírito Santo, onde realizou curas e libertação de pessoas possuídas. Com essa premissa, o Papa destacou que hoje, em certos níveis culturais, acredita-se que o diabo não existe, sendo considerado apenas “um símbolo do inconsciente coletivo ou da alienação, uma metáfora”. Mas, acrescentou o Papa, citando Charles Baudelaire: “a maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe”:
Foi nessa altura que Francisco apontou ao uso da tecnologia para fins menos convenientes.
“O nosso mundo tecnológico e secularizado está repleto de magos, ocultismo, espiritismo, astrólogos, vendedores de encantos e amuletos e, infelizmente, de verdadeiras seitas satânicas. Tendo sido expulso pela porta, o demónio voltou, pode-se dizer, pela janela. Expulso pela fé, regressa com a superstição”.
Ora, diz Francisco que “se você é supersticioso, está a dialogar com o diabo, e com ele não se deve nunca dialogar”.
Ou seja, com o diabo não se deve nunca dialogar.
Ainda de acordo com o Papa Francisco, “é na vida dos santos que o diabo é obrigado a sair à luz, a estar contra a luz”. “Mais ou menos todos os santos e grandes crentes testemunham a sua luta contra esta realidade sombria, e não se pode honestamente presumir que todos tenham sido iludidos ou simples vítimas dos preconceitos do seu tempo”, sublinhou.
Mas uma coisa parece certa, quando os santos atuam, o diabo salta da luz das trevas onde gosta de operar.
“Na cruz, Jesus derrotou para sempre o poder do príncipe deste mundo”, destacou o Santo Padre. “E, como dizia São Cesário de Arles: “o demónio está amarrado, como um cão numa corrente; não pode morder ninguém, exceto aqueles que, desafiando o perigo, se aproximam dele... Pode latir, pode insistir, mas não pode morder, exceto aqueles que o querem. Infelizmente, o mundo atual oferece diversas maneiras que dão oportunidades ao diabo”, alertou o Sumo Pontífice, citado pelo mesmo Vatican News.