A opinião de ...

Pormaiores...

Recentemente, foi notícia que um em cada dois portugueses atualmente empregados sente que o seu salário não cobre todas as suas despesas, de acordo com o primeiro Barómetro Europeu sobre Pobreza e Precariedade, divulgado no início do mês.
De acordo com a notícia da Agência Lusa sobre o relatório do estudo realizado pela empresa Ipsos, a situação dos trabalhadores europeus é “muito preocupante, especialmente em Portugal e na Sérvia”.
“Ter um emprego não significa necessariamente ser capaz de sobreviver financeiramente”, escreveu num comunicado o autor do estudo, Etienne Mercier, sublinhando que esta situação afeta mais de um terço (36%) dos trabalhadores europeus.
Quase três em cada dez europeus, incluindo 49% dos gregos disseram que se encontram numa situação precária, o que os leva a renunciar a certas necessidades, como comer o suficiente ou aquecer as suas casas, alertou o barómetro.
Um aspeto particularmente notado em regiões de inverno mais rigoroso como no Nordeste Transmontano.
Devido a uma “situação financeira difícil”, 62% dos europeus já restringiram as suas viagens e 46% já desistiram de aquecer as suas casas no inverno, apesar do frio.
Além disso, 38% dos inquiridos não fazem três refeições por dia, 39% deixaram de comprar carne para poupar dinheiro e 10% recorrem a associações de caridade para obter alimentos.
Chegados a este ponto, impõe-se a pergunta: então que sociedade é esta que estamos a criar, em que já nem aqueles que trabalham e ganham um salário ao fim do mês conseguem mais do que sobreviver, e em más condições? Que vida digna é essa?
Serão os salários que são baixos ou os produtos básicos que são caros?
Ou os dois em conjunto?
De qualquer forma, este é um pormaior que devia preocupar todos aqueles que têm responsabilidades governativas. Com o preço de produtos básicos como combustíveis, energia ou habitação a níveis poucas vezes vistos, sobra pouco para pequenos luxos tais como dar de comer aos filhos ou cuidar da saúde.
Pormaiores que fazem a diferença quando se olha para as tabelas demográficas e se vê uma tendência acentuada de envelhecimento e decréscimo da população...

Foi também notícia, recentemente, a condenação de uma instituição da Igreja num processo com a Segurança Social. Numa altura em que parece estar na moda atirar contra tudo o que diga respeito à Igreja, há linhas que não se admitem. Em causa, segundo a sentença, está um crime de burla tributária. Ou seja, uma situação administrativa, e que a lei tipifica, assim como define o que é um furto ou um roubo. Este último implica mesmo o uso de violência contra as vítimas.
Parece que há muito quem confunda furto com roubo mas chegar ao ponto de confundir burla tributária com roubo roça a má fé.
De qualquer forma, os recursos pendentes poderão trazer mais luz sobre este assunto.

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