A opinião de ...

Sinais..

Começou ontem, em Roma, a 16.ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, sob a presidência do Papa Francisco.
O sínodo, palavra que entrou no ouvido desde que o Papa Francisco a impulsionou, significa ‘caminhar juntos’.
Esta Assembleia (terá uma segunda parte em 2024), decorre de 4 a 29 de outubro, com o tema “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão” e espera-se que venha a ser tão revolucionária para a Igreja como foi o Concílio Vaticano II.
Os primeiros sinais estão aí, com a divulgação, na segunda-feira, de cinco perguntas colocadas ao Papa por cinco cardeais conservadores, da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina e das respetivas respostas do Papa.
Nelas, Francisco “parece admitir que há formas de abençoar uniões do mesmo sexo, se forem limitadas, decididas caso a caso e não confundidas com cerimónias de casamento de heterossexuais. Francisco sublinha que os pedidos de bênçãos - venham eles de casais homossexuais ou heterossexuais - são um meio através do qual as pessoas se aproximam de Deus para viverem vidas melhores”, lê-se nas notícias sobre o assunto.
Entre as diversas questões, estava um pedido de esclarecimento sobre a aceitação da Igreja relativamente a casais do mesmo sexo. A troca de correspondência ocorreu em julho. Os cardeais divulgaram unilateralmente a iniciativa, fazendo saber que não estavam satisfeitos com as respostas de Francisco.
Entretanto, o Vaticano decidiu publicar na segunda-feira a resposta do sumo pontífice.
De acordo com a notícia da RTP, na resposta de sete pontos, Francisco reitera que a Igreja foi muito clara ao afirmar que o sacramento do matrimónio só poderia ser entre um homem e uma mulher e aberto à procriação. Assinala também que Igreja deveria evitar qualquer outro ritual ou rito sacramental que contradissesse este ensinamento. Porém, “a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes”, afirma Francisco.
“Por isso, a prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção equivocada do casamento”, argumenta.
Até “porque quando se pede uma bênção, expressa-se um pedido de ajuda de Deus, um apelo para poder viver melhor, uma confiança num pai que nos pode ajudar a viver melhor”, escreve.
Ou seja, o debate está lançado .
As interrogações dos cinco cardeais versavam, também, sobre a ordenação das mulheres. “Quando falamos do poder sacerdotal “estamos no âmbito da função, não da dignidade e da santidade”. (São João Paulo II, Christifideles laici, 51)”, sublinhou Francisco. Sinais...

O Mensageiro de Bragança foi distinguido com o prémio Gazeta - Imprensa Regional, do Clube de Jornalistas, um dos mais importantes do setor em Portugal, por significar o reconhecimento dos pares. Significa, também, que no meio do centralismo, há ainda espaço para olhares sobre o que vem da periferia. Mais um sinal, de que vale a pena.
Um prémio para o jornal diocesano e para todos os do jornal diocesano... Todos os que o fazem e todos os que o lêem.

Obrigado a todos.

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