A opinião de ...

Discussão do Orçamento do Estado para 2025, um mix de "Big Brother" e novela à Mexicana

Como escrevi há duas semanas atrás, nada justifica que os deputados da Assembleia da República, como crianças birrentas recém desmamadas, para fazerem valer os seus caprichos, em vez de desenvolverem um trabalho sério e honesto, optem por se divertirem, ameaçando tudo e todos com novas eleições, possíveis de desencadear com a rejeição da proposta de orçamento do estado para 2025, um documento indispensável para o futuro próximo da governação do país, um documento contra o qual, mesmo sem o conhecerem, já houve quem tivesse o desplante, a lata e a insensatez de assumir que irá votar contra ele, menosprezando o risco de, com os sus votos, o OE de estado poder ser rejeitado, o que a verificar-se, poderá empurrar o país para um novo processo eleitoral que, pelas razões que estão à vista, ninguém deseja, na certeza de que o resultado de eleições realizadas agora, não teria qualquer hipótese de alterar a correlação de forças do atual parlamento que, recorde-se, resultou das últimas eleições legislativas antecipadas, motivadas pela queda do então governo maioritário do Partido Socialista.
A verificar-se esta situação, com toda a probabilidade, o país correria um sério risco de entrar num longo ciclo de ingovernabilidade, cujas consequências não se fariam esperar, as quais, ao que tudo indica, na atual conjuntura de crise social, política e económica que grassa um pouco por todo o mundo, seria demolidora para a uma economia exposta como a nossa.
Num indesejável cenário desta natureza, a única coisa que se pede, se exige e espera de todos os deputados é que, na proporção das responsabilidades de cada um, se deixem de fitas e de jogos florais e que, de uma vez por todas, tenham a coragem, o bom senso, a inteligência e o mínimo de sentido de estado para assumirem todas as responsabilidades e obrigações.
Face a tudo o que está em causa no momento atual da conjuntura política interna e externa, de acordo com as responsabilidades de cada partido, com especial responsabilidade do PS e do PSD, os habituais partidos do arco da governação, sem os quais, por muitos e bons anos, continuará a ser difícil, se não mesmo impossível, formar qualquer governo que garanta a necessária estabilidade, condição “sine qua non”, para que qualquer partido consiga formar um governo estável com capacidade e condições para cumprir o programa com que se apresenta a eleições.
Aqui chegados, não resta espaço para a defesa de atitudes narcisistas daqueles que, olhando apenas para o seu umbigo, se apresentam como salvadores da pátria, donos únicos da verdade e da razão, gente essa que, para alcançar os seus intentos individuais ou de grupo, não tem qualquer pejo em passar por cima dos direitos dos cidadãos e do país no seu todo.

Edição
4004

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