A opinião de ...

Isto é um nojo que já cheira mal (1)

É assim, e com todas as letras, que as gentes das nossas terras se expressam na demora dos casos importantes de interesse comum, como o da aprovação do Orçamento de Estado para 2025, manifestam o seu desagrado e a sua repulsa sempre que se apercebem que, sem qualquer explicação, as coisas se arrastam para além do desejável, e que os responsáveis pela demora, se preocupam com tudo menos com os interesses das pessoas e do país no seu todo.
No caso concreto da preparação do Orçamento de Estado para 2025, o buraco sem saída para onde, depois de tantos meses a brincar irresponsavelmente com coisas sérias, como se de vulgares jogos florais se tratasse, acabaram por empurrar todo o processo em curso, a situação é de tal maneira grave e preocupante, vergonhosa e imperdoável que, a aparente dureza das palavas em título, tendo em conta tudo o que está em jogo, para além de muitas afirmações descabidas proferidas no hemiciclo, sobre o sentido do voto já revelado por várias das atuais forças políticas com assento na Assembleia da República, dando conta da sua decisão de votar contra OE/2025, mesmo sem terem conhecimento da proposta a apresentar pelo governo na Assembleia da República nos próximos dias, é a prova irrefutável da desfaçatez, da total falta de vergonha e do mínimo de decoro exigível de todos quantos, com o ar triunfal dos irresponsáveis, gritam em público, alto e bom som para quem ainda tem paciência e tempo para os ouvir que vão votar contra o Orçamento do Estado para 2025, se pecam, só pecam por serem demasiado brandas.
Face a tudo o que ficou dito, a poucos dias da discussão na generalidade do OE, mesmo que, teoricamente, todas as hipóteses continuem sobre a mesa, contudo, lendo as entrelinhas da entrevista concedida no princípio desta semana, pelo responsável do maior partido da oposição ao um canal de televisão, na qual, para além de se mostrar totalmente indisponível para negociar qualquer cedência em propostas do PS como as da redução do IRS para os jovens e a baixa transversal do IRC para todas as empresas, naquilo que ele classificou com sendo as suas linhas vermelhas, parece cada vez mais débil a hipótese de um entendimento entre os dois maiores partidos, o que é de lamentar.
Mesmo assim se, como diz o povo, “até lavar dos cestos é vindima”, por tudo o que está em causa e pelas consequências devastadoras, para o país no seu todo e para os cidadãos mais desfavorecidos, na certeza de que ninguém quererá correr o risco de arcar sozinho com a culpa de precipitar o país para um beco sem saída, donde ninguém nos garante como e quando poderá sair, vamos confiar que, ainda que seja no último minuto, se todos assumirem as suas responsabilidades, com bom senso, sentido de estado e devoção à causa pública, tudo o que não começou bem, poderá terminar pelo melhor. Esperemos bem que assim seja.

Edição
4006

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