A opinião de ...

Já se foi longe demais nesta “guerra total” dos professores

Não há como ignorá-lo, que não vai ser pera doce acabar com esta guerra sem leis e sem fronteiras que eclodiu, vai para mais de três meses, entre o ministério da educação e os diversos agentes do ensino que, a continuar assim, corre um sério risco de se eternizar e radicalizar ainda mais, retirando ao governo, às organizações representativas dos trabalhadores e a outras forças, não se sabendo bem porquê, também nela interessadas e envolvidas, todas as hipóteses de resolver este conflito pela via negocial, com toda a carga negativa inerente a todas as soluções impostas unilateralmente que, na sua grande maioria, porque nunca agradam a gregos nem a troianos, acabam por penalizar os mesmos de sempre, neste caso concreto as famílias, os alunos e a qualidade do ensino.
A situação de total irredutibilidade na defesa dos pontos de vista antagónicos de cada uma das fações, agravada pela manifesta incapacidade e indisfarçável má vontade para encontrar e aceitar uma forma negociada de ultrapassar esta fase de impasse, por cada dia que se perca, torna cada vez mais difícil, se não mesmo impossível, acreditar que ainda possa haver disponibilidade, capacidade, tempo e vontade para encontrar antes da Páscoa, como augurou o Senhor Presidente da República, uma saída airosa, digna e aceitável para todos, de tal maneira que, pelo caminho que as coisas estão a levar, por mais que isto custe a aceitar, é forçoso reconhecer que já não passa de um sonho numa noite mal dormida, ou duma miragem efémera gerada no deserto.
Para um problema desta magnitude que mexe com os legítimos interesses de muitos milhares de pessoas e com os direitos de ainda muitas mais, mesmo aceitando que nunca será fácil encontrar soluções que agradem a toda a gente, mesmo assim, nada invalida que, com o envolvimento de toda a comunidade e total empenho de todas as partes mais diretamente nele envolvidos, se faça tudo o que se puder e tiver de ser feito para encontrar todas as soluções que for possível encontrar, capazes de ajudar a criar respostas sustentadas, exequíveis, equilibradas e justas que, atempadamente, e na medida do que técnica, humana, política e economicamente for possível, se possam criar nas escolas todas as condições necessárias para o pleno desempenho da sua única razão de existir, resumindo-se tudo às duas palavras, cada qual a mais importante, ensinar e preparar para a vida os alunos que as frequentam.
Ensinar os alunos ajudando-os a descobrir os caminhos do seu futuro de acordo com as suas tendências, as suas qualidades e as suas potencialidades.
Preparar os alunos, dotando-os com as ferramentas necessárias e adequadas que os capacitem para enfrentar com sucesso a sua integração na área de atividade mais consentânea com as suas potencialidades, na qual se sintam motivados e com todas as condições para se realizarem cabalmente em termos humanos, sociais e profissionais.

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3925

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