Notas Soltas
Rio Fervença imundo, às vezes. Recentemente, no início de uma bela tarde de sol, propus-me fruir os encantos das obras do Pólis, entre o Jardim António José de Almeida e a Flor da Ponte, em Bragança. Mal cheguei, perdi o encanto todo porque o Fervença estava imundo mais parecendo que tinham descarregado nele toda a imundície de Bragança. Já por lá andei outras vezes e o local, apesar das suas limitações, até é agradável. Por que é que isto acontece de vez em quando? É preciso resolvê-lo, seja qual for a causa. É urgente! Bragança tem de dar melhor imagem sob pena de a imagem ser a do desperdício de dinheiros fáceis e investimento inútil pela autarquia.
Sócrates continua em prisão preventiva sem ter sido acusado. O nosso Estado de Direito tem destas voltas sendo suposto o Direito e a Justiça serem justos e baseados na Lei. Mas, para Sócrates, homem aparentemente especial, a lei parece ser especial também e, por isso, continua preso, sem ter sido acusado. Embora o Juiz o tenha interrogado novamente sobre um novo assunto (empreendimento de Vale de Lobo, no Algarve), presumivelmente para justificar o terceiro trimestre de prisão. Todos conhecemos Sócrates mas, preso sem acusação, é estranho e incoerente com o Estado de Direito, o Direito e a Justiça. Resolvam lá isso para o Miguel de Sousa Tavares, a Teresa de Sousa, o Marinho Pinto, o Francisco Louçã, o Marques Mendes e o Marcelo R. Sousa não andarem sempre com a «judicialização da política» e com a «politização da Justiça». Ou a coisa rende votos a alguém? Estamos a quatro meses das eleições!
Chegou a ordem à TAP. Agora que foi ou está em vias de ser privatizada, a MEB (Manutenção e Engenharia Brasil), em Porto Alegre, a 1500 Km de S. Paulo, apresenta as contas equilibradas. A TAP já não terá grandes prejuízos por aí. Mas a privatização trouxe ordem e já há sindicatos e pilotos responsabilizados e o anúncio de mais ou menos 50% de despedimentos de pessoal. Pelos vistos, o Estado é mesmo mau gestor porque atravessado por interesses políticos, partidários, sindicais e pessoais. É uma pena porque a TAP era um elo de união dos portugueses pelo mundo e a garantia de que Lisboa e Porto constituíam o início de rotas internacionais. Veremos o que se segue. Não será bom, certamente.
Depois do Programa para a Década, do PS, chegou o anúncio de Portugal à Frente, da Coligação Centro Direita Portuguesa (PSD+CDS), programas demasiado iguais mais parecendo de almas gémeas. PSD e CDS podiam ter sido mais criativos porque Pr`a Frente Portugal, era de Cavaco Silva. Mas Coelho e Portas querem ir à frente. Tão à frente que estão a deixar as contas para trás, com o FMI a dizer que, assim, não vamos lá. Já prega Maria Luís que são necessários mais cortes, com olhar cínico. Qual quê, responde Coelho: o povo tem de votar com o estômago aconchegado e o coração cheio de boas promessas. Depois, logo se verá! No Poder, já temos guarda-costas e guarda ao Costa.