A opinião de ...

Quem sorri morre mais devagar

Os anos 40 e o início dos anos 50, foram dominados pelos efeitos devastadores da 2ª Guerra Mundial devido à política expansionista do Führer Adolph Hitler, que, para a conseguir mandou matar milhares de pessoas.
Em 1942, os meus avós paternos viviam no Pioledo, ao lado do Barracão, que era um simples restaurante, junto à antiga Feira do Gado, hoje Escola de São Pedro.
O meu avô, João Guilhermino Rodrigues Lisboa, gostava muito do Teatro Circo, que se situava no prédio em frente à porta principal de entrada do mercado municipal, que na altura do Carnaval animava a cidade com os bailes do Carolina. Este bailes eram abrilhantados pela Banda de Mateus e, segundo as crónicas, comiam 2 ou 3 cabritos pela noite dentro, só parando para comerem por turnos.
Voltando ao meu avô paterno, sempre que o ia visitar, costumava cantar a canção, já na altura muito conhecida que transcrevo:

“Ó Vila Real Alegre
Província de Trás-os-Montes
Nos dias em que te não vejo
Meus olhos são duas fontes”

Mais tarde, à cerca de 50 anos, um tio meu de nome Domingos, que residia perto do RI-13, num encontro ocasional, começou a cantar a mesma canção acima referida, tudo muito certinho, sem perdas de voz e com muito entusiamo. O tio Domingos nunca desistiu de ser jovem. Olhava como uma criança, ria-se montes de vezes e, iradiava felicidade permanente.
A vida difícil de então, levou-a com esperança, alegria e paz. Sem fazer mal nenhum a ninguém, o tio Domingos viveu mais de 100 anos. Nunca foi preciso perguntar-lhe o segredo da sua longevidade, ele estava sempre com o seu sorriso, na sua maneira de encarar a vida. Ajudou quem precisava e assim continuou até à eternidade, mantendo o ar da simpatia que o caracterizava e deixou saudades pela mensagem que deixou aos que teve de deixar. Paz à sua alma, pois temos a certeza mantem o sorriso da longevidade eterna.

Edição
3839

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