A opinião de ...

Promoção da arte e dos artistas evita “embirrices” e desencontros nas Igrejas

É uma falha nossa, e das nossas estruturas [Dioceses, Paróquias, Arciprestados, Unidades], que nos Planos Pastorais, ou na ausência deles, não se preste a devida atenção aos Coros, aos Concertos e à Animação Cénica em geral, nas nossas igrejas.
A atenção e o cuidado para com a promoção da arte e dos artistas evita tantas normas desnecessárias e mal-entendidos, “embirrices” e desencontros, de profissionais da música e presidentes de assembleia, na hora de escolher os repertórios.
Quanto mais intensamente se viver e celebrar, dando mais atenção e espaço à música e às artes, línguas oficiais da Igreja […], à formação destas, com maior aptidão se fica para informar, refletir, e fazer sobressair com clareza e profundidade, o porquê das escolhas de determinado repertório mais adequado, ou consentâneo, com os objetivos pedagógicos e pastorais da Igreja.
O som de dizer com arte, e pela arte de celebrar, ao mundo e ao povo, da necessidade de termos um espaço próprio, salvaguardado especificamente para a ação religiosa, catequética, cultual e cultural próprias da Igreja, soará a melodia proposta e, não a gritaria imposta. A cultura cristã, tal como o ar, tem de ser purificada pelos brônquios e, não gerar bronco-cultura, como quem gera uma broncopneumonia.
Quanto melhor for a cultura musical e artística, própria das igrejas, melhores meios se desenvolvem para fazer frente a uma globalização desenfreada e despersonalizante, mantendo e melhorando a especificidade cultural e identitária de um povo. Quanto mais se apostar, no reforço e enriquecimento, da criatividade na arte, não apenas na igreja, como na sociedade em geral, onde cada qual tenha o seu espaço cénico próprio, com meios e formas artísticas mais adequadas e convenientes, maior será a solidez que se empresta à dimensão humana e humanizadora das comunidades e da cultura em geral.

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4057

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