Henrique Ferreira

Professor

A incógnita grega

A Grécia caminha para o colapso, dizem uns. Tudo se há-de resolver com maior ou menor dificuldade porque a Grécia não pode sair do sistema monetário do «euro», dizem outros. Tenderia a concordar com os últimos se, na mesa das negociações, estivessem pessoas normais.
Este artigo está ser escrito em 28 de Junho, às 22h00. Quando chegar aos leitores, no dia 2 de Julho, quase todos os pressupostos do seu conteúdo podem estar alterados porque estamos perante um problema que evolui rapidamente.


Notas Soltas

Rio Fervença imundo, às vezes. Recentemente, no início de uma bela tarde de sol, propus-me fruir os encantos das obras do Pólis, entre o Jardim António José de Almeida e a Flor da Ponte, em Bragança. Mal cheguei, perdi o encanto todo porque o Fervença estava imundo mais parecendo que tinham descarregado nele toda a imundície de Bragança. Já por lá andei outras vezes e o local, apesar das suas limitações, até é agradável. Por que é que isto acontece de vez em quando? É preciso resolvê-lo, seja qual for a causa. É urgente!


Muita conversa, poucas soluções

Os assuntos dominantes nos últimos tempos têm sido a recuperação da economia, a crise demográfica e a crise do financiamento da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações. Curiosamente, o emprego para os jovens continua a ser esquecido e, como veremos, ele deveria ser o principal objecto de preocupações de longo prazo porque, sem esse emprego, não haverá Estado Social. Percorramos um pouco estes quatro tópicos.


A ilusão da liberdade

Em Portugal, o dia 25 de Abril tem, desde 1974, e para pelo menos dois terços dos portugueses e das portuguesas, um significado especial: é o dia em que recuperámos a liberdade. Que palavra é essa que, afinal, tanto é usada em sociedades autoritárias como em sociedades democráticas? É uma palavra metafórica, que pode ser ressemantizada, isto é, ter outros significados, conforme os contextos, conforme a história das pessoas e das sociedades e conforme a vontade e consciência de quem a usa? Claro que sim.


Tão bons mas tão maltratados!

Apesar de ter vindo sempre a melhorar; apesar de muitas avaliações institucionais externas das nossas instituições de ensino superior (IES) colocarem dois institutos politécnicos portugueses (IP), um deles o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), acima de dois terços das universidades portuguesas (UP), os IP ainda continuam a ser vistos pelas nossos dirigentes políticos (DP) e população em geral (PG) como instituições de segunda e os professores dos politécnicos (PP) veem direitos fundamentais ser-lhes negados, tanto pelo Estado como pelos colegas das universidades.


A requalificação desqualificante

Serena viu o seu nome nas listas publicadas pelo Instituto da Segurança Social, na semana passada, anunciando as últimas das 630 pessoas que vão para a «Requalificação». Ainda lhe tremem as pernas. Única dos dois cônjuges com vencimento e dois filhos a estudar, Serena, de 42 anos e Educadora de Infância da Segurança Social, ainda não consegue olhar para o futuro. Ouve dizer que tem de emigrar mas ainda não sabe nem para onde nem como. Sabe é que o dinheiro não vai chegar para sustentar a família.


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