Alunos aprendem artes cénicas em oficina do D. Maria II para criar espetáculo ‘Teatro e Oralidades’
Foram 145 horas de trabalho para alunos dos três agrupamentos de escolas de Bragança com o ator Diogo Araújo, tudo para levar à cena o espetáculo ‘Teatro e Oralidades’, na noite da passada sexta-feira no Teatro Municipal. “A memória, a tradição, a modernidade, a negociação entre gerações”, descreveu o actor. Temas fraturantes da sociedade do ponto de vista histórico e atual que serviram de base ao trabalho. “Tal como falar das sociedades pré-industriais e da função da música no acompanhamento do ser humano no seu ciclo vital. O quão nos fomos ‘desartificando’. O nosso cantar por cantar, o nosso dançar por dançar foram-se perdendo. Porque a vergonha é generalizada”, descreveu Diogo Araújo, ator e etnomusicólogo.
Estudantes dos Agrupamentos Abade de Baçal, Emídio Garcia e Miguel Torga participaram na oficina de teatro.
Através da memória e da tradição representaram e mostraram “que nós como seres humanos já conseguimos estar mais conectados com a arte”, salientou o ator frisando que as ideias não foram não só dele. “Partiram de um exercício de levantamento dos alunos sobre as suas preocupações ou temas que lhe interessavam”, vincou.
O espetáculo resultou de uma oficina inserida no Programa Frutos promovido pelo Teatro Nacional D. Maria II em articulação com o Plano Nacional das Artes. “É um trabalho com populações que não tinham necessariamente nenhum tipo de conexão com o teatro, a responsabilidade e alguma disciplina que é necessária na área artística. São jovens que nunca tinham tido essa experiência”, contou o ator.
