Bragança quer ser Cidade Criativa da UNESCO na gastronomia para atrair mais turistas

Bragança está a tentar integrar a rede de cidades criativas da Unesco para ajudar a preservar o património gastronómico da região.

O prazo para a apresentação de candidaturas termina no dia 16.

A pensar nisso mesmo, o Município organizou, nos dias 02 e 03 de junho, o I Encontro Internacional de Gastronomia, onde foi apresentada a comissão de Honra da candidatura brigantina e que conta com nomes como o da pintora Graça Morais.

Presentes estiveram outras cidades que já integram esta rede da Unesco e que assinaram uma carta de conforto para ajudar a promover a candidatura de Bragança, que espera ser a 50.ª cidade a integrar a rede da cidades criativas na área da Gastronomia.

“Estamos a fazer este encontro internacional de gastronomia no sentido de podermos finalizar o processo para submissão da candidatura de Bragança à rede de cidades criativas da Unesco na categoria de gastronomia.

É um trabalho que o município tem vindo a desenvolver há muito tempo, com variadíssimas iniciativas que têm vindo a ser organizadas no próprio município no sentido da valorização dos nossos produtos endógenos que, como sabemos, são de altíssima qualidade. E este é um processo que estamos a terminar para que, depois, possamos, conjuntamente com todos estes contributos, com o trabalho que foi desenvolvido, com a definição e constituição de uma comissão de honra que tem personalidades muito relevantes da nossa sociedade, para que, imediatamente a seguir, possamos formalizar essa candidatura e venhamos a ter a aprovação por parte da comissão da Unesco a nível nacional e, finalmente venhamos a integrar esta rede de cidades criativas”, explicou o presidente da Câmara, Hernâni Dias.

Ao todo, serão apresentadas, este ano, oito candidaturas mas apenas duas serão aprovadas.

O autarca brigantino acredita que a entrada nesta rede permitiria “enormes ganhos” para a região e não apenas para o concelho.

“Para além desta partilha de experiências, de conhecimento daquilo que é feito em cada território, a valorização ainda maior dos produtos que temos e, também, a capacidade de podermos ter mais um grande atrativo na componente turística, quando houver o reconhecimento por parte da Unesco de que este é um grande património gastronómico.

Sabemos bem que outras cidades que já pertencem à rede tiveram um gigantesco impulso por pertencerem à rede. Estando nós localizados num território com a qualidade que o nosso tem, com os produtos de altíssima qualidade como são os nossos, não aproveitar esta oportunidade seria mau.

Há muitas vantagens neste processo. Por norma, já sabemos que a gastronomia atrai muitos milhões de pessoas.

Temos de nos colocar na linha da frente no que tem a ver com a captação de novos turistas, de pessoas que se deslocam quilómetros apenas para provar um prato ou um produto.
Essa é a diferença que queremos proporcionar, para o conjunto do nosso território e não só para Bragança”, frisou.

Caso seja aprovada a candidatura de Bragança, há já várias iniciativas pensadas neste âmbito, nomeadamente a criação de um museu da gastronomia.

“Temos projetos definidos. Serão apresentados oportunamente. Mas passam, por exemplo, pelacriação aqui de um museu da gastronomia transmontana, criarmos ações diretamente ligadas à gastronomia como as letras do comer, um festival literário só sobre gastronomia; um festival de gastronomia”, revelou Hernâni Dias.