Atletismo

Cláudia tem fibra transmontana

Publicado por AGR em Sex, 2013-10-11 12:15

Cláudia Rodrigues é a brigantina que dá cartas no heptatlo nacional. Filha de pai e mãe brigantinos, nasceu em Lisboa, mas é brigantina de coração e ascendência, e açoriana de adoção. Encontrou no heptatlo, uma modalidade de atletismo que conjuga cinco disciplinas diferentes, os 100 metros barreiras, o salto em altura, o arremesso do peso, os 200 metros rasos, o salto em comprimento, o lançamento do dardo e os 800 metros.
As provas são obrigatoriamente executadas em dois dias seguidos, sendo realizadas quatro no primeiro e três no segundo dia de competição.
Em Portugal, Naide Gomes chegou a competir nesta modalidade antes de se dedicar apenas ao salto em comprimento.
Cláudia Rodrigues começou a praticar atletismo por influência paterna, reformado da PSP, aos sete anos. “Até aos 16 fiz de tudo mas esta é para o atleta dos atletas”, diz, cheia de orgulho da modalidade que abraçou e na qual quer apostar para uma carreira. Por isso, no próximo ano vai colocar os estudos em suspenso para “tentar ser semi-profissional”. Isto é, “treinar como uma profissional e ganhar como uma amadora”, brinca.
Do seu currículo contam-se já dezenas de medalhas. Resultados suficientes para chamarem a atenção de um dos clubes que mais apostava em atletismo, o FC Porto. Mas um diferendo com a Federação Portuguesa de Atletismo levou ao final da secção um ano depois da chegada de Cláudia, que preferiu dar um passo atrás antes de poder dar dois em frente. Por isso, optou pelo Giral Sol, de Coimbra. “Às vezes, temos melhores condições e somos mais acarinhados nos clubes mais pequenos do que nos grandes”, garante.
A sua paixão é mesmo o salto em comprimento, enquanto a corrida será o menor dos seus sete amores. Mas não troca uma modalidade combinada por uma única. “Enchem-me mais e temos treinos diferentes todos os dias”, explica, numa conversa com o Mensageiro em Bragança, que visita regularmente, até porque os pais já regressaram a casa, depois de 18 anos nos Açores.
“Gostava que cá houvesse mais condições para treinar. Quando venho ao Nordeste Transmontano, praticamente não posso treinar, por isso não posso ficar cá muitos dias”, lamenta. E gostava que as crianças fossem mais incentivadas a praticar atletismo logo desde a escola. “Matéria prima vocês têm. Mas depois falta dar seguimento”, explica. “Eu não me importava de vir cá às escolas fazer demonstrações, porque os miúdos ficam entusiasmados quando vêem que o atletismo é muito mais do que apenas correr”, diz Cláudia Rodrigues.

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