Mirandela acolhe fase de grupos da Segunda Liga Europeia de Ténis de Mesa Feminino

Presidente do CTM Mirandela diz estar arrependido de ter apresentado candidatura a organizar a prova, por alegada falta de apoio financeiro do Município. Isidro Borges vai mais longe e avisa que o CTM Mirandela pode estar perto de fechar a atividade competitiva.

No próximo fim-de-semana, Mirandela acolhe a fase de grupos da ETTU Europe Cup Women 2023/24 - a segunda Liga Europeia de Ténis de Mesa -com a equipa feminina do CTM Mirandela a ser uma das seis equipas participantes, depois de ter conseguido subir a esse patamar na prova da terceira Liga Europeia realizada, em março deste ano, também em Mirandela.

A prova está dividida em dois grupos de três equipas cada, sendo que ficam apuradas para a fase final, os dois primeiros classificados de cada grupo e há ainda uma terceira vaga para um dos dois segundos classificados que vão disputar entre si quem segue para a fase seguinte.

O CTM Mirandela está no Grupo A com o Constanta da Roménia e o Muravera TT de Itália, enquanto no Grupo B estão o Jaén de Espanha, o Tennistavolo Norbello de Itália e o Antwerpen da Bélgica.

Xie Juan, treinadora do CTM Mirandela, entende que o favoritismo no seu grupo está do lado das romenas, mas acredita que será possível passar à fase final. “Primeiro temos de jogar bem o grupo, penso que com a Roménia seja mais difícil, mas o nosso objetivo é passar. A equipa está bem nesta altura, porque a Annamaria Erdelyi está a treinar bem e a Matilde Pinto e a Inês Matos acabaram agora o campeonato da Europa, e estão preparadas”, garante.

Os jogos serão disputados no sábado, a partir das duas da tarde e no domingo a partir das dez da manhã.
Em menos de um ano, o CTM Mirandela organiza e compete na 3.ª prova europeia, em casa, depois de, em novembro de 2022, a equipa mirandelense ter vencido a 1.ª Fase da ETTU Europe Trophy Women (3.ª Liga Europeia) passando à Grande Final, que jogou em março deste ano, terminando a prova na 6.ª posição. Esta classificação permitiu a subida do CTM Mirandela à 2.ª Liga Europeia.

Isidro Manuel Borges, do CTM Mirandela, adianta que a candidatura à organização desta prova em casa “decorre do sucesso da realização das duas provas na época passada” e entende que a sua aprovação por parte da ETTU - European Table Tennis Union, vem reforçar a valorização e o reconhecimento de todo o trabalho da equipa do CTM Mirandela. “É a segunda prova mais importante da Europa e para nós foi um motivo de orgulho ser escolhido. Foram escolhidas duas cidades na Europa para fazer esta primeira fase. Mirandela e Linz, na Áustria, para acolher estes dois grupos onde se vai disputar as vagas na 2ª fase, e depois vão juntar-se estas equipas que se qualificarem agora, e as que não entraram na Liga dos Campeões”, explica.

Os responsáveis da ETTU que estiveram no ano passado em Mirandela “viram a organização e todo o apoio que foi dado às equipas e as equipas gostaram muito de estar em Mirandela, por isso escolheram Mirandela para acolher esta prova e penso que será outra vez um sucesso, tudo faremos para que isso aconteça”, garante.

Presidente do CTM Mirandela coloca em cima da mesa cenário de paragem da atividade competitiva

O presidente da direção do CTM Mirandela diz agora estar arrependido de ter avançado para a candidatura de organizar esta prova europeia. Apesar de não concretizar as razões que justificam este alegado descontentamento, fica no ar a ideia da falta de apoio financeiro por parte do Município. “Em tempo útil fizemos a nossa candidatura e entrámos naturalmente. O que é um facto é que passaram cerca de 5 ou 6 meses e se fosse hoje já não nos tínhamos candidatado, sinceramente”, afirma Isidro Borges.

“Pensávamos que havia condições, pelo menos expetativas, havia o sonho de podermos continuar a surfar uma onda positiva que nos levasse para um plano internacional que crescesse, embora lentamente, mas que crescesse. Hoje não temos grandes condições ou não temos quase nenhumas condições para estarmos onde é que estamos e se calhar vamos até pagar essa fatura muito cara, vamos aguardar, porque se calhar não vamos poder pagar, não vamos poder manter o nível onde é que nós temos estado”, refere.

Isidro Borges vai mais longe e admite mesmo que esta pode ser a última prova competitiva do CTM Mirandela. ”Estamos mais perto de fechar completamente a atividade, do que estarmos a falar em expandir a atividade”, diz.

“Vamos ver como é que as coisas continuam, porque já no próximo dia 5 temos a disputa da supertaça e sinceramente neste momento não tenho a certeza se vamos jogar. Estamos à beira da rutura, não temos capacidade sequer para manter o treino. A atividade competitiva é impossível mantermos, porque não está a ser cumprido connosco um conjunto de circunstâncias que têm a ver com o apoio àquilo que é o nosso plano de atividades. Nós temos tudo planeado, não nos enganamos nas contas, não dimensionamos mal aquilo que é a estratégia de crescimento do nosso projeto. Agora, as circunstâncias que estamos a viver, e não vale a pena, portanto, não quero por agora especificar quais são, são um conjunto de circunstâncias negativas que nos levam realmente a ponderar possivelmente o encerramento das atividades competitivas”, lamenta.