Carrazeda de Ansiães

Vila acolheu o único Torneio Medieval de caráter internacional que se realiza em Portugal

Publicado por António G. Rodrigues em Seg, 2023-06-12 10:35

A vila de Carrazeda de Ansiães acolheu, no passado fim de semana, o único Torneio Medieval de cariz internacional que se realiza em Portugal, com equipas de Portugal e Espanha.
Trata-se de uma aposta do Município para a atração de visitantes ao concelho através de uma iniciativa que é “mais do que uma recriação histórica”, e que decorreu no antigo castelo de Ansiães, com as lutas propriamente ditas, bem como na vila, com um mercado medieval e iniciativas musicais.

“É uma aposta ganha”, frisou a vereadora Adalgisa Barata.

“É o segundo ano em que fazemos este tipo de evento, este ano incluído na cidade europeia do vinho. No ano passado foi mais fraco e este ano tentámos melhorar. O nosso interesse é chamar turismo para o concelho e pessoas que venham ver este tipo de luta, que não é muito usual no nosso país”, sublinhou.

A autarquia estimava que cerca de duas mil pessoas tenham passado pelo evento, que teve ainda 20 expositores no mercado medieval, com tasquinhas e artesãos.

No antigo castelo de Ansiães, equipas de Portugal e Espanha defrontaram-se em lutas sérias e pouco amigáveis. “Quando ponho o capacete e o árbitro manda começar, bato o mais que posso. Quando saímos da arena, vamos beber um copo todos juntos”, contava o espanhol Ruben González, que veio de Madrid pelo segundo ano e é um dos principais lutadores desta modalidade, e que acredita que esta “é uma boa forma de promover as regiões do interior e o turismo”.

Ao todo, são cinco variantes, que incluem duelos com espada, com espada e escudo ou, até, lutas entre equipas de cinco elementos cada, em que vence aquela que tiver o último homem de pé.

Em Portugal, este ainda é um desporto recente, com cerca de uma dezena de anos, pelo que são apenas cerca de 25 os lutadores nacionais.

“Isto surge pelo gosto da história. Muitos de nós fazemos recriações históricas e, aliado a isso, o gosto de competir numas coisas mais sérias. Também pela camaradagem e descarregar o stress do dia a dia”, comentava Carlos Ferreira, que veio de Vila Nova de Gaia.

As armaduras têm de ser fiéis ao período histórico, custam “no mínimo dois mil euros”, segundo explicou, e pesam cerca de 40 quilos. “Têm de aguentar pancadas com uma força de 20 quilos”, revelou Carlos Ferreira.

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