A opinião de ...

Atão in que ficamos?

Tinha assumido que não iria comentar o resultado das eleições autárquicas.
Numa cidade infestada de muitos galardoados com o Nobel do chicoespertismo, do pedantismo, da petulância, do cinismo e do oportunismo, não posso (nem devo) assobiar para o lado.
De facto, há apenas 1 vencedora e 3 derrotados nestas autárquicas: a Prof. Drª Isabel Ferreira é, sem dúvida, a grande vencedora; o PSD e o PS são 2 derrotados. O 3º deixo aos leitores a capacidade de definir e escolher.
Vou apenas fazer uso e agradecer a Deus a capacidade de escrever, de pensar, de analisar e da memória que me emprestou ao longo da minha vida.
Por outro lado, o facto de ser um dos poucos fundadores do PPD no distrito de Bragança, ainda vivos, obriga-me a não ficar calado.
Em 1997 afirmei, publicamente, «... não é o meu candidato, mas como militante e por disciplina partidária terei e vou votar no...»
Isto está gravado.
Em 97 o PSD ganhou a Câmara e o PS tinha maioria na A.M.
Para o Dr. Telmo Moreno poder ser leito presidente era preciso que 3 P. Junta do PS, votassem em Telmo Moreno. Foi isso que aconteceu. 3 P. Junta do PS viraram-se e votaram no candidato do PSD.
O mandato autárquico de 97/2001 foi direccionado contra o PSD e virado para o PS com objetivo, único, de vir a ser convidado para seu candidato autárquico.
Em 97/98 pensei e organizei enquanto Presidente dos Baldios de Vilarinho uma reunião com o Governador Civil de Bragança (Dr. Júlio Meirinhos), o P. Câmara de Bragança, o Alcalde do Ayuntamento de Hermisende, os Baldios do Zeive, de Soutelo, de Cova de Lua, os presidentes das juntas de Espinhosela, Carragosa e Parâmio com o objectivo de construir uma estrada que ligasse estas aldeias da raia às aldeias espanholas vizinhas e à A52 que liga Vigo/Madrid.
Nessa reunião, devidamente, organizada pela comissão de Baldios de Vilarinho o P. Câmara demonstrou desagrado pela organização e ignorância quanto à ligação por estrada.
É evidente que antes da reunião havia garantido com o Dr. Júlio Meirinhos que se a câmara não assumisse a construção dessa estrada, o Governo Civil através do Regimento de Engenharia do Exército assumiria tal construção.
Neste momento cheguei à conclusão que Bragança tinha um presidente prepotente e ignorante. Conclusão que reforcei enquanto membro da Comissão de Toponímia da Câmara de Bragança. Cargo assumido e desempenhado de forma gratuita.
Talvez por isso na inauguração dessa estrada, em Parâmio, não tivesse estado presente apenas e tão só porque não fui convidado pela Câmara Municipal. Mas assumo com humildade que sou, de facto, o pai da Estrada que liga Fontes à fronteira com Espanha.
Mais tarde, em 2008/9, criei e liderei o movimento de utentes da E.N. 308 – Bragança/Dine. Com a ajuda e apoio do então Governador Civil Jorge Gomes conseguimos que o governo Sócrates destinasse a verba de 500 mil euros para as referidas obras de requalificação dessa estrada. Esse movimento contactou várias entidades entre as quais a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal para se juntarem ao movimento nessa luta.
O Presidente da Câmara Municipal além de não apoiar o movimento, esteve, frontalmente, contra as referidas obras. A assembleia Municipal, presidida pelo Eng. Machado Rodrigues, aprovou uma moção apresentada pela CDU. O PSD de Bragança votou contra.
Se tiverem duvidas consultem as actas da A.M.
Se a E.N. 308 Bragança/Dine está, hoje, como está, deve-se ao movimento de utentes, liderado por mim e ao ex governador Civil, Jorge Gomes.
(continua na próxima edição)

Edição
4062

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