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A 01 de janeiro de 1940, publicava-se o primeiro número do Mensageiro de Bragança, sendo D. Abílio Vaz das Neves o bispo da diocese, que assinou o editorial e que aqui se transcreve: “É sobremodo eriçado de dificuldades d e toda a ordem o tournant da história da tramos. gueira imensa, o mundo estremece até aos alicerces presa de sobressaltos e inquietações e o futuro antolha-se a todos, povos e governos, como um terrível ponto de interrogação.
Por outro lado, nesta nossa terra privilegiada da Providência, em que, graças a um governo honesto e activo, gozamos de paz e de prosperidade relativa, sentem-se já os efeitos do flagelo da nova grande guerra. Os preços, não das subsistências, mas de muitas coisas indispensáveis à normalidade da vida social, subiram bastante, especialmente no que toca à mão de obra e aos materiais da imprensa. Só as gravuras à sua parte, tiveram um aumento de cinquenta por cento, desde que estalou a actual conflagração.
Sendo isto assim, a que vem agora a publicação dum novo jornal em Bragança? Não será tal iniciativa uma temeridade evidente, mais ainda um verdadeiro acto de loucura? Talvez. Masdiz a sabedoria popular que “quem não se arriscou não perdeu nem ganhou„ e também “que dos fracos não reza a História».
A publicação dum jornal que fosse o órgão da diocese de Bragança e Miranda impunha-se depois que, há dois anos, foi extinto o boletim diocesano.
A “Lumen., que o vinha substituir ou para melhor dizer, suprir a sua falta, não pode, como a experiência o tem demonstrado, realizar esse objectivo senão em parte.
Tornava-se indispensável o aparecimento dum órgão jornalístico diocesano que saísse à luz da publicidade ao menos e provisoriamente duas vezes por mês, para que o funcionamento dos serviços do governo eclesiástico fosse mais regular, mais perfeito e, sobretudo, mais expedito.
Ele aí aparece agora, com o título auspicioso de “Mensageiro de Bragança» pronto a desempenhar a missão para que foi criado. Ele irá levar a todos os recantos do distrito a voz do Pastor das almas, trans- mitido pelas suas pastorais, pelas suas exortações, pelos seus conselhos e pelos seus decretos. Ele espalhará por toda a parte a doutrina do Evangelho, os ensinamentos da Santa Igreja, os princípios da civilização cristã.
Ele defenderá os direitos e a justa liberdade da pessoa humana contra as grandes heresias da actualidade o bolchevismo ateu e materialista e o racionalismo exagerado.
Ao mesmo tempo, dará conhecimento aos seus assinantes dos principais acontecimentos nacionais e estrangeiros, e fornecer-lhe-á leitura sã, variada e recreativa. Procurará ser, tanto quanto possível, um periódico moderno, que satisfaça as justas e legítimas exigências de todos. Por meio de correspondências quinzenais das diversas regiões da diocese os seus leitores manter-se-ão ao facto do seu movimento religioso e social, estreitando-se assim mais e mais as relações entre os transmontanos. Terá, enfim, um carácter essencialmente regionalista.
Para poder vingar e prosperar, o “Mensageiro de Bragança, conta com o auxílio material e moral dos seus assinantes, leitores e amigos e, especialmente, com a protecção franca e dedicada dos Párocos e dos membros da Acção Católica que são os auxiliares da Hierarquia.
Assim como uma estrela de brilho extraordinário conduziu os Santos Reis Mago aos pés de Jesus-Menino, assim também o “Mensageiro de Bragança”, como um pequeníssimo luzeiro aceso na sede da diocese de Bragança e Miranda, diligenciará, na medida das suas forças, iluminar as almas com a luz da fé e aquecer os corações com o fogo da caridade para conduzir as almas a Deus e Deus às almas.
Alea jacta est...”