Eleições outra vez? Definitivamente assim não, nunca, jamais!..
Para uma parte cada vez maior e mais representativa da vontade dos portugueses, é cada vez mais difícil de entender, e muito mais ainda de justificar e de aceitar, a maneira leviana, simplista e totalmente descontextualizada da realidade atual do nosso país, como uma percentagem, não despicienda, da atual classe política instalada nas mais diversas áreas do poder e da administração pública, com todas as condições para continuar a crescer exponencialmente, se posiciona perante as muitas dificuldades da vida das pessoas e os enormes desafios com que, nos tempos mais próximos, o país real irá ser confrontado , cujos sintomas duma mais que possível grave crise ameaça bater-nos à porta mais cedo do que seria de esperar, são já muito mais que uma mera hipótese académica, e de tal maneira evidentes, nada justificando que, perante esta preocupante realidade, se continue a viver fazendo de conta que não se passa nada e, pior ainda, insistam em vender-nos a ideia saloia de que vivemos num reino encantado, a oeste da Europa, como se Portugal fosse o país das maravilhas.
Prova evidente e incontestável de tudo isto, é a maneira irresponsável, sem vergonha nem decoro, como muitos dos deputados da atual legislatura da Assembleia da República, estão tentar manipular e capitalizar em favor dos seus interesses individuais e/ou de grupo, o processo em curso da elaboração do Orçamento de Estado para 2025, a apresentar pelo governo minoritário da AD na primeira quinzena de outubro, tentativa esta que, em última análise, não passa duma manifestação clara da sua total falta de vergonha de dignidade, de nível e de respeito, tanto para com eles próprios como, e muito especialmente, para com aqueles que, com os seus votos, lhes garantiram o assento nas cadeiras da Assembleia da República e, bem mais condenável do que tudo isso, do total desprezo para com os interesses do país no seu todo.
Aqui chegados, e de regresso à ideia expressa no título deste apontamento, se as coisas continuarem a processar-se da mesma forma e os agentes políticos não tiverem o bom senso e o discernimento cívico e político para se aperceberem do muito que pode estar em causa, ainda que em sentido contrário, na aprovação ou na rejeição da proposta de Orçamento de estado para 2025, atendendo à maneira como tudo tem corrido nos últimos tempos, para caracterizar, com total precisão, a situação política do país no caso de vingar a segunda hipótese na votação do plenário da Assembleia da República no próximo mês de outubro, não será necessário utilizar mais que três palavras: Vergonha das vergonha.
Porque, como tudo indica, nos dias que se seguem as coisas irão aquecer, não há como não estar atento a tudo o que der e vier sobre este assunto, sua evolução.