A opinião de ...

Invasão da Ucrânia - 2 O grande desafio do pós guerra

Passaram já três longos e intermináveis meses desde que todas as forças do inferno congregadas à volta da figura sinistra de um dos piores ditadores da história da humanidade e, perante a estupefação quase generalizada do mundo civilizado, invadiram um país vizinho, livre e soberano, tentando justificar este inqualificável ato de barbárie com a desculpa cínica, (como se alguém ainda acreditasse em bruxas!), de que se tratava duma intervenção “cirúrgica”, muito rápida e de carater muito especial, para vacinar a Ucrânia contra a ameaça nazi, que ameaçava as bases da sua democracia, punha em risco a segurança da própria Federação Russa e, por arrastamento, de toda a humanidade.
Afinal, o que parecia resumir-se a um devaneio paranoico, fruto duma mente delirante, mal formada e, manifestamente desajustada da realidade, rapidamente deixou cair a máscara e esqueceu a declaração de intenções manifestada, acabando por se transformar numa das maiores tragédias de sempre e sem fim à vista, que já permite perspetivar os desafios com que o mundo será confrontado, tanto no curto como no médio ou no longo prazo.
Tendo presente o rotundo fiasco que está a revelar-se o delírio imperialista da classe dominante da Rússia que, fatalmente, irá por em causa a sua pretensa estabilidade política e social, e deixar a descoberto a dimensão estratosférica da devastação provocada pela sanha devastadora dos seus exércitos, que arrasaram e saquearam tudo por onde passaram e deixaram atrás de si um rasto de destruição e de morte incomensurável, cuja recuperação terá de partir do zero, facilmente se compreende a tarefa dantesca que espera a devastada e fragilizada economia da Ucrânia, incapaz de a realizar sem o apoio generalizado da comunidade internacional.
E disto que ninguém tenha dúvidas.
A estas horas, o bando de crápulas, de abutres e parasitas que gravitam à volta do senhor Putin, o pior deles todos e o grande responsável por esta imensa tragédia, a seu tempo irá sacudir a água do capote, deitar as culpas para a Ucrânia e, sem escrúpulos nem vergonha, posicionar-se na primeira fila para continuar a encher os seus bolsos com o lucro das obras de reconstrução que, necessariamente, irão envolver verbas astronómicas de muitos biliões euros, competindo exclusivamente ao povo ucraniano e às nações que o apoiarem o direito e a obrigação de velarem pela correta aplicação de todos os fundos postos ao seu dispor o que, reconheça-se, será um enorme desafio para a Ucrânia e para a comunidade internacional.

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