A opinião de ...

Os Bizantinos e, a vasta e, a variada, produção da pintura a fresco

- Viva bom dia Pe. Hérmino!
- Viva capelão.
- Desculpe, da última vez o telefone foi abaixo e, interrompi abruptamente o artigo.
- Não faz mal, eu percebi. Ainda tens em mãos o assunto dos frescos, não é? Vamos devagar, pois “cadelas apressadas trazem cachorros tortos”.
Mas, força tens todo o meu apoio, rezo por ti, pois “quem porfia mata caça”, ou por outra “quem teima vence” e, “a pior maneira de perder é desistir”, não o faças!
Antigamente o analfabetismo era grande e, privilegiava-se a arte [a pintura, a escultura, o vitral] para que vendo se acredita-se. Repara nos grandes murais, ou os grandes pórticos das catedrais, lá está Deus Pai, Filho e, Espírito Santo, a Virgem Maria, os santos… olha o que diz o povo: “os olhos são as janelas da alma”. A igreja sempre apoiou a arte para catequizar e, pelo prazer de disfrutar da beleza, a este respeito lembra-me Sto. Agostinho que dizia: “A alma só se alimenta daquilo que lhe traz alegria”.
Mas, continua lá com a história dos frescos.
- Pe. Hérmino, na última edição ficamos à beira do extenso período medieval na Europa. Nesta época, em diferentes lugares e, culturas, há uma impressionante, rica, vasta e, variada, produção artística a nível da pintura a fresco. Destacam-se os Bizantinos sucessores dos antigos mestres Gregos, criadores de obras que vão para além de Constantinopla, da península itálica, ladeada a oriente pelo mundo eslavo, o Médio Oriente e, o Norte de África, do séc. IV ao séc. XV.
Em 330, Constantino assume o império Romano, adota a fé cristã e, muda a capital, de Roma para Constantinopla [atual Istambul]. O cristianismo floresce e suplanta os deuses greco-romanos, o que afeta a arte criada por todo o império. Neste período constroem-se as primeiras Igrejas Cristãs, entre as quais Santa Sophia, séc. VI, pelo imperador Justiniano.
O Mosteiro Studenica, na Sérvia, construído em 1190, é agora Património Mundial graças à riqueza e qualidade dos seus frescos feitos nas suas igrejas durante o período da arte bizantina. A crucificação de Jesus Cristo [1208/ 09], na Igreja de São Nicolau, é um dos exemplos mais significativos desta arte medieval na Europa. A história conta que o pintor usou “lápis-lazúli” para obter a cor única azul usada para esta pintura de parede e que ele pagou um quilo de prata por um quilo deste pigmento especial.
O mosteiro de São Ferapont, na Rússia é também Património Mundial pelos valiosos frescos e arquitetura. A maioria dos seus frescos datam do início do século XVI, atribuem-se a Dionísio “O Sábio” e seus filhos. O estudo destes frescos revelou a presença de pigmentos de cobre verdes como malaquita, atacamita e pseudo-malaquita natural.
Em 1504 dá-se a crise da Igreja Católica Romana, o Cristianismo Ortodoxo espalhou-se pela Europa Oriental graças ao prestígio do Império Bizantino.
- Bem, para a semana há mais. Saúde!
- Boa semana Estevinho.

Edição
3842

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