Bragança

Casal acusado de triplo homicídio em Donai condenado a 25 anos de prisão

Publicado por Glória Lopes em Ter, 12/09/2025 - 16:40

O Tribunal de Bragança condenou esta terça-feira o casal acusado de um triplo homicídio de uma família em Donai, à pena máxima prevista na lei portuguesa, ou seja 25 anos de prisão efetiva para cada um dos arguidos.

Nélida Guerreiro e Sidney Martins, toxicodependentes, sentaram-se acusados em coautoria e em concurso real, de dois crimes de homicídio qualificado, dois crimes de profanação de cadáver, na forma tentada, um crime de incêndio e um crime de furto qualificado na forma tentada que ocorreram em Bragança em julho de 2022. As vítimas foram José e Carlos Pires, pai e filho.
Ao arguido foi ainda imputada a prática de mais um crime de homicídio qualificado, nomeadamente o de Olga Pires, e de um crime de ofensa à integridade física qualificada, cuja vítima foi José Pires.
As vítimas são uma família residente em Donai, nomeadamente a mãe (Olga Pires), pai (José Pires) e o filho (Carlos Pires).
Os crimes ocorreram em dois momentos do mês de julho de 2022.
A primeira morte foi a de Olga Pires, na noite de 9 de julho. Na sequência de um plano previamente elaborado pelos dois arguidos, para subtrair produto estupefaciente e dinheiro ou outros valores existentes na casa da família, Sidney, sabendo que Carlos não se encontrava, introduziu-se no interior do logradouro da residência onde vivia esta vítima juntamente com os pais, e ao ser surpreendido pela mãe desta vítima, fazendo uso de facas o arguido desferiu-lhe dez golpes que a atingiram mortalmente. José Pires ficou ferido nessa altura.
Uns dias mais tarde, a 19, os bombeiros foram acionados para um incêndio urbano na casa da família, e encontraram duas pessoas (José e Carlos Pires) inanimadas, cujo óbito acabaria por ser declarado.
O Tribunal de Bragança deu como provado que Nélida mantinha uma relação amorosa com Carlos Pires, que se dedicava à venda de produto estupefaciente, mas vivia em união de facto com o arguido que não via com bons olhos a ligação da mulher à vítima. A prova produzida durante o julgamento, que decorreu ao longo de várias sessões durante cerca de três meses, foi praticamente a totalidade da que constava na acusação do Ministério Público. O juiz presidente do coletivo que julgou considerou que se trataram de crimes "gravíssimos" e que atingiram "uma dimensão gravíssima", tendo os arguidos revelado "desrespeito pela vida humana".
O Ministério Público (MP) havia pedido 25 anos de prisão para cada um dos elementos do casal acusado pela prática dos três crimes de homicídio qualificado em Bragança.

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