Dez projetos inovadores do distrito premiados com financiamento pela Fundação La Caixa

Num total de 24 projetos e nove ideias vencedores do Programa Promove 2023 da Fundação La Caixa, 10 são do distrito de Bragança, nomeadamente na área termal, ecossistemas aquáticos, alterações climáticas e inovação empresarial. A Fundação destinou um total de 4,2 milhões de euros a fundo perdido para os 33.

O Promove – O Futuro do Interior trata-se de um programa da Fundação “la Caixa” em colaboração com o BPI, em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que conta com um financiamento para apoiar iniciativas inovadoras em domínios estratégicos para o desenvolvimento das regiões do interior.

Várias ideias do distrito de Bragança foram selecionadas, como o projeto para as águas termais, em Vimioso, do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS)/ Universidade Católica Portuguesa, que propõe avaliar e validar a aplicabilidade da água termal na promoção da saúde oral, com o objetivo de criar produtos e serviços que associem indicações terapêuticas do termalismo clássico.

As Bio Ilhas - Reabilitação de ecossistemas aquáticos promovido pelo Centro Ciência Viva de Bragança que se destina à valorização do capital simbólico e da capacidade de reconhecimento internacional.

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) apresentou cinco projetos, nomeadamente o iCarbono para prevenção de riscos naturais, reforço da capacidade de adaptação às alterações climáticas e gestão eficiente dos recursos no concelho. Trata-se de um projeto que visa estabelecer um sistema inteligente e inovador de monitorização do sequestro, armazenamento e emissão do carbono a múltiplas escalas e de alerta para situações críticas de planeamento e gestão do território onde se observem desvios ou incumprimento de objetivos técnicos e políticos.

Ainda do IPB, o Nutr&ssencial - Desenvolvimento de alternativas proteicas com propriedades nutricionais melhoradas tem como domínio temático a criação ou consolidação de polos de atividade e inovação empresarial. A ideia passa por produzir micélios bio fortificados com selénio e ferro como alternativa às proteínas animais.

LE VERDÂTRE foi outra das apostas do IPB, para prevenção de riscos naturais, reforço da capacidade de adaptação às alterações climáticas e gestão eficiente dos recursos. A instituição propõe-se a mobilizar a exploração hidropónica para combater o abandono da terra, baixa qualidade do solo ou custos de produção elevados dos agricultores locais.

O Centro de Investigação de Montanha (CIMO/IPB) quer criar parques e reservas naturais na região e no município.

O projeto tem por objetivo redirecionar a produção de mel para produtos de alto de gama e para a diversificação como garantia da sustentabilidade da exploração, incluindo a introdução de novos produtos da colmeia com elevado potencial de mercado, como o pão de abelha.

Para o concelho de Bragança e o Vale do Côa pretende-se implementar o PlantInAqua - Produção hidropónica inovadora e integrada de plantas para os territórios do interior para a criação ou consolidação de polos de atividade e inovação empresarial. A proposta visa a implementação de unidades de aquacultura associadas a unidades de hidropónica, aproveitando águas residuais para produção de brássicas. O projeto visa contribuir para a resiliência dos ecossistemas e a conservação da biodiversidade através da instalação de Bio-Ilhas nos rios Fervença e Côa, ligadas a módulos interativos a instalar no Centro Ciência Viva de Bragança e no Museu do Côa e a uma estação meteorológica que permitirá a recolha e análise de dados.

Por último, a APPITAD - Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Ganhou com OliveCo-Free para a prevenção de riscos naturais, reforço da capacidade de adaptação às alterações climáticas e gestão eficiente dos recursos em Mirandela.
Segundo informação facultada pela Fundação La Caixa da lista dos vencedores fazem parte nove projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) mobilizadores, 15 projetos-piloto e 9 ideias inovadoras que se repartem entre as regiões do interior norte (12), centro (6), Alentejo (5), e sul (1) do país.

“A dinamização destas regiões é uma prioridade para a Fundação ‘la Caixa’ e para o BPI que, através deste programa, procura apoiar iniciativas inovadoras em domínios estratégicos para o desenvolvimento do interior, idealmente replicáveis para outras regiões com características semelhantes”, referiu uma fonte da fundação.

Os projetos piloto e as ideias centram-se nas áreas da gestão de recursos naturais, a criação de novos polos de desenvolvimento e inovação e a atração de turistas e novos residentes.
O Programa Promove, que vai na quinta edição, já apoiou 70 projetos e 31 ideias inovadoras, num valor total de perto de 11,8 milhões de euros. Deste montante, 3,7 milhões foram assegurados pela FCT ao abrigo de um acordo de financiamento conjunto (“matching funds”), através do qual, desde 2021, a FCT iguala a contribuição da Fundação ‘la Caixa’.