Bragança

Donai espera vir a fazer escola com a instituição do Dia da Freguesia

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-09-07 12:23

O tempo estava fosco mas os pendões das quatro aldeias da freguesia - Donai, Lagomar, Sabariz e Vila Nova - saíram ordenadamente da capela de S. Jorge, santuário que integra a área geográfica da freguesia, e que foi pequena para tanta gente. A marca o ritmo da oração estava o pároco José Ribeiro, que presidiu à celebração religiosa na primeira edição do Dia da Freguesia de Donai, que tem já cerca de 500 habitantes, entre eles a própria Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, que fez questão de marcar presença.

“Aquilo que observamos é que há este regresso às aldeias e muita gente procura habitação fora das grandes cidades e dos centros urbanos. Acontece com esta freguesia. Há um aumento da população devido ao regresso das pessoas nas proximidades das aldeias. E hoje em dia, com as acessibilidades, é muito fácil viverem fora e trabalharem nos centros urbanos. Também é óbvio que precisamos de ter concentração de serviços e de emprego. É natural que seja nos centros urbanos mas precisamos cada vez mais de fazer esta ponte com o meio rural, quer para atividades económicas quer para as famílias poderem viver nestes centros”, disse ao Mensageiro.
A iniciativa da Junta liderada por Manuel Rodrigues, eleito pelo PSD, pretende “fazer escola”.

“Temos vários objetivos. Somos uma freguesia constituída por quatro aldeias e mais uma zona urbana. O principal é, por isso, que as pessoas se reúnam e tragam os produtos da nossa terra e tentem vendê-los, mostrando os produtos que temos na nossa freguesia.

Depois, também, não queremos deixar perder os jogos tradicionais do mundo rural. É importante porque temos aqui um espaço de excelência para a prática desses jogos.
Por fim, temos uma chega de touros, algo que tem tradição na nossa freguesia. Ao termos bons exemplares, temos de os demonstrar e foi uma iniciativa que tivemos para atrair pessoas à nossa freguesia.

Na parte religiosa, trouxemos todos os padroeiros de cada aldeia e fizemos uma celebração com a presença de todos.
É a primeira edição, esperemos que nos próximos anos corra melhor”, explicou o autarca local.

“Deixar a semente”

Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança, considera que “está lançada a semente” para que esta iniciativa se replique.

“É um momento importante pelo facto de se conseguirem juntar as pessoas no mesmo espaço. Às vezes, são situações que não são necessariamente assim tão simples e a Junta de Freguesia teve esta preocupação de conseguir realizar este dia, juntando aquilo que é o convívio e a parte da partilha destes momentos de alegria, seguramente, àquilo que é, depois, a atividade económica, numa perspetiva clara de dinamismo a esse nível, juntando os expositores da própria freguesia”, sublinhou o presidente da Câmara.

A ameaça de chuva, que pairou ao longo do dia, acabou por afastar alguns expositores mas, mesmo assim, houve quem não temesse a intempérie.
Foi o caso de Catarina Matos, que não quis perder a oportunidade de ir divulgar os seus produtos. Antiga estudante de Arte e Design no Instituto Politécnico de Bragança, começou a fazer peças em gesso para pagar a aquisição de um forno para cerâmica. Depois de garantido o dinheiro para o forno, começou a dedicar-se a fazer também peças de cerâmica, que vai vendendo “em feiras ou pelas redes sociais”.

Para já, ficou a garantia de que esta iniciativa “é para continuar”, segundo Manuel Rodrigues, e sempre no espaço do Santuário de S. Jorge, em Vila Nova, mesmo às portas de Bragança.

“Será sempre aqui. O espaço é de excelência. Temos condições. Tem de haver alguns melhoramentos neste espaço mas iremos tratar disso futuramente, com a ajuda da Câmara, para melhorarmos as condições”. Melhoramentos que passam por “colocar paralelos à volta da capela, arranjar o cimento do coreto que está a estalar, o telhado das casas de banho que já precisa de ser substituído”.

Já a data “é para manter, entre o primeiro e o segundo fim de semana de setembro”. É uma época do ano em que há muitos produtos para venda e em que não há grandes afazeres nas aldeias”, concretizou Manuel Rodrigues.

Assinaturas MDB