Segunda EIP dos bombeiros de Izeda ajuda a fixar jovens na vila

A criação de uma segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP) no corpo de Bombeiros Voluntário de Izeda ajudou a fixar jovens na vila e a combater o despovoamento que o sul do concelho enfrenta.

Essa é, pelo menos, a convicção dos responsáveis locais e foi manifestada aos jornalistas na passada sexta-feira, dia em que a equipa, de cinco homens, foi apresentada publicamente.
“É muito importante para a vila de Izeda. São dez jovens que, sem estas duas EIPS, não se fixariam aqui na vila. É o problema maior que temos, a saída das pessoas da região”, aponta o presidente da Junta de Freguesia, Rui Simão.

Já o comandante dos bombeiros de Izeda, Óscar Esménio, diz mesmo que é essa a principal mais valia. “A principal é a fixação de mais gente, de mais jovens. Outra mais valia é a alteração da cobertura horária das equipas. Estávamos apenas com uma equipa, das 09h00 às 18h00, de segunda a sexta-feira. Agora vamos ter uma cobertura das 07h00 às 19h00, de segunda a sábado.

O regime de voluntariado é cada vez menor e, assim, garantimos de forma profissional, o socorro”, sublinha.

A corporação tem 40 elementos no corpo ativo, sendo que, agora, dez pertencem ao quadro profissional, havendo, ainda, mais cinco administrativos e operadores de central.
“O que nos faz falta? Homens. Há 20 anos não tínhamos carros, não tínhamos equipamento. Agora é o inverso, temos equipamento mas não temos homens. Em 2012 houve uma sangria que levou a que muitos jovens tivessem emigrado. Nota-se a falta desse pessoal, que foi obrigado a sair”, lamentou Óscas Esménio.

Segundo o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, esta equipa resulta de um projeto tripartido em termos de protocolo, com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que suporta 50 por cento do valor, que se traduz em cerca de 39 mil anuais por cada EIP (são duas). “E é uma forma de podermos ajudar as próprias corporações a ficarem mais capacitadas para o que é o seu trabalho de proteção civil e à defesa dos bens das pessoas do nosso concelho”, sublinha o autarca.

Hernâni Dias frisa que o Município entendeu “que é preciso começar a entrar num processo de maior profissionalização dos bombeiros”. Por isso, a Câmara “mostrou-se disponível para financiar esta segunda equipa de intervenção permanente”. “Para além de todo o apoio que já concedemos à própria corporação, que andará na ordem dos 158 mil euros anuais e que agora irá ter este acréscimo da EIP”, destacou.

Para além do aumento da disponibilidade do horário de prestação de socorro, a “corporação vê, também, a oportunidade de fixar as pessoas aqui na vila de Izeda, garantindo que têm aqui o seu emprego e o seu espaço de trabalho e que não têm de se deslocar para outros sítios”, disse ainda Hernâni Dias, que aguarda ainda a autorização para uma terceira EIP para os bombeiros de Bragança.