A opinião de ...

Pequenos exemplos… Grandes lições!...

Quem segue com atenção a atualidade noticiosa, é bombardeado com notícias em que o infortúnio, a desgraça, a criminalidade e a triste realidade política, ocupam a maior percentagem do tempo e do espaço.
Noticia-se muito mais a desgraça, os maus exemplos e o pessimismo político, económico e social, do que o contrário. Ou seja, mais expressão à negatividade do que à positividade.
Porém, que nem tudo são desgraças. Há muitas coisas boas, positivas, que devem ser difundidas, e tidas como contributos motivadores e contrariadores do pessimismo instalado, que não nos leva a nenhum lado.
A informação positiva, sustentada numa realidade que não mente, reveste-se de um incalculável valor na consciencialização individual e coletiva, permitindo-nos olhar a sociedade e a vida de forma mais alegre e divertida.
No desencadeamento noticioso diário, somos, algumas vezes, felizmente, surpreendidos com exemplos que, ainda que de reduzida dimensão, ganham a simpatia de qualquer cidadão.
Neste contexto,  não posso deixar de referenciar uma notícia, recente, que dava nota de uma determinação do novo executivo da Câmara Municipal de Braga.
Para além de outras surpresas, o novo presidente e respetivos vereadores, abdicaram dos carros de serviço e dos motoristas a que têm direito.
No contexto municipal, já nos tínhamos habituado a forma diferente de estar na política e no serviço público de um outro “Rio”, o Rui, do Porto, mas o novo Rio, o Ricardo, de Braga, apesar de considerar que se trata apenas de uma medida simbólica, não deixa de referir que pretende, com esta decisão, dar nota “do respeito que há pelos cidadãos e pelos recursos do município”.
Ora, aí está um pequeno exemplo, mas que não deixa de ter um grande significado, sobretudo num contexto de enormes dificuldades económicas que o país atravessa e numa altura em que a atuação e a imagem da qualidade e moralidade da gestão pública e dos políticos estão “pelas ruas da amargura”.
Quando os nossos governantes, diariamente, nos colocam perante inúmeros sacrifícios e apelam ao esforço de todos os portugueses, certamente se esquecem que, sendo de todos, deveriam começar pelo exemplo de quem nos governa aos vários níveis. Seria bom que se lembrassem dos mais desfavorecidos e evitassem os muitos desvarios de governação e gestão, alguma ruinosa, que impera por esse país fora, em muitas instituições, dependentes do poder central e não só, que servem (?!..), ou melhor, deviam servir, com eficácia o cidadão comum. E não são poucos os casos em que os dirigentes, em vez de servirem seriamente e na justa medida, a causa pública, se aproveitam, particularmente,  das suas funções institucionais, camuflada e impunemente, ostentando uma dispensável vaidade institucional, tacitamente caucionada, e violando os elementares princípios legais, éticos e morais
E não se pense que este tipo de posturas só verifica noutras terras, ou no domínio do Estado/Função Pública. Longe disso, esta epidemia oportunista também se verifica, com muita frequência, nos nossos contextos geográficos e sociais, alastrando de forma transversal, como uma praga social, tornando-se ainda mais imoral noutros ambientes organizacionais.  Pelos vistos, até em algumas IPSS acontecerá.
Perante esta realidade, seria positivo não ficarmos indiferentes, aguentando serena e discretamente a nossa indignação, de modo a facilitar a perpetuação dos erros e da má gestão dos recursos públicos, quando necessitamos, isso sim, do alastramento dos bons exemplos. Como o de Braga. Por exemplo!...

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