A opinião de ...

Comemoração do 25 de Abril em Torre de Moncorvo

Noticiou V. Ex.ª, Sr. Diretor do Mensageiro de Bragança (MB), este evento em Torre de Moncorvo, aonde se deslocou para viver o momento histórico que decorreu nos dias 5,6 e 7 de Outubro, e ouvir algumas personalidades que ali ousaram participar. Recordo que as comemorações do 25 de Abril tiveram início em Março de 2022 e vão decorrer até 2026 com várias manifestações. A edilidade envolveu-se, alguns cidadãos moncorvenses e de outras paragens tomaram parte.
Sr. Diretor, para além de o saudar com muita consideração pelo superior trabalho que tem desenvolvido, igualmente pelo facto de representar, com mérito, o MB – distinguido com o Prémio Gazeta na categoria de Imprensa Regional – venho agradecer-lhe a notícia oportunamente publicada sobre este evento. Faço-o na dupla qualidade: enquanto cidadão atento e como integrante da comissão organizadora, designada pela Câmara Municipal.
Estou convencido, Sr. Diretor, que, não obstante haver um “esquecimento” pelos media a nível nacional, durante os três dias aconteceu criatividade, emoção, envolvência, discussão aberta. Do programa constaram diversos painéis: debate com alguns capitães de Abril – Coronéis Vasco Lourenço, Aniceto Afonso, Mário Tomé, o nosso estimado conterrâneo General Alípio Tomé Pinto – encontro de jornalistas, debate entre escritores, diálogo com antigos combatentes do concelho de Moncorvo e de outras paragens, com um antigo combatente dos movimentos de libertação, diálogo com uma mulher de ex-combatente português e uma mulher que cresceu nas matas da Guiné, onde colheu pessoalmente a lição de Amílcar Cabral, diálogos com jovens, filhos e netos de ex-combatentes, debate sobre a sociedade portuguesa antes e depois do 25 de Abril. As moderações dos painéis tiveram elevado nível. A sessão de encerramento coube ao comissário nacional adjunto e ao presidente da Câmara de Torre de Moncorvo.
Na noite do dia 5, decorreu “Música com Liberdade” e leitura de poemas de diversos autores pela Escola Municipal Sabor e Artes, de Moncorvo. Na manhã do dia 6, os “rapazes” (com mais de 75 anos), do grupo Idade Viva, moncorvenses, milicianos na Guerra Colonial, representaram a peça “Liberdade”, escrita com base na crónica com o mesmo nome da obra “Guiné – Crónicas de Guerra e Amor”, deste escrevente, momento apresentado aos jovens do Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado.
Na manhã do dia 7, aconteceu o momento ao grande jornalista e poeta de Torre de Moncorvo, Rogério Rodrigues, que, na manhã do dia 25 de Abril de 1974, ergueu bem alto, com os seus alunos, professor era, então, na sua Vila, a liberdade pela qual lutou sempre pela forma que amplamente sabia usar – a poesia e o jornalismo.
Que ninguém duvide: a Câmara Municipal pode vangloriar-se de ter reunido nesta comemoração diversos aspetos da Revolução de Abril.
Que ninguém duvide: onde, em que Cidade ou Vila ou Aldeia, acerca da comemoração do 25 Abril, se cruzarão, num mesmo momento, capitães de Abril, jornalistas, escritores, médicos, economistas, historiadores, professores, ex-combatentes de ambos os lados, mulheres de ex-combatente, jovens, cidadãos comuns? Veremos.
Merecem a Câmara Municipal e o seu Presidente, público reconhecimento. Merecem o Mensageiro de Bragança e o seu Diretor público agradecimento.

Edição
3963

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