A opinião de ...

JESUS CRISTO, SENHOR

Vem a propósito dos mistérios natalícios tomarmos consciência da riqueza do nome de Jesus, da grande da missão de Cristo, da graça da vida do Senhor. Cada “nome” que chamamos ao Menino é um modo de descobrir a grandeza da nossa fé e a maravilha do seu ser.

Apesar de ser algo muito básico, encontramos com frequência muitos cristãos que pensam que Jesus e Cristo significam o mesmo, que tanto faz chamar um nome ou outro ao Filho da Virgem Maria e ao Filho de Deus. Ora não é verdade.

Jesus, significa Salvador, ou melhor significa que “Deus salva”, que só Deus pode salvar pois só Ele pode perdoar os pecados, libertar-nos do pecado e da morte. Por isso é dito que o Menino chamar-se-á Jesus, porque vem, em nome do Pai, e “salvará o seu povo dos seus pecados”(Mt 1,21). Como se afirma nos Actos dos Apóstolos “ não existe outro nome debaixo do céu, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”(4,12). O Pai, em Jesus, Salvador, reconciliou o mundo Consigo. Foi Jesus que pelo seu sangue realizou a expiação dos pecados (cf. Rom 3,25 ; 2 Cor 5,19). Quando chamamos ao Verbo feito carne, nascido da Virgem Maria, Jesus, queremos dizer que Ele é o Salvador, que o Pai através do Filho enviado ao mundo, veio realizar a nossa salvação. Só Deus poderia fazê-la, só Ele, de facto, a realiza em Jesus, por isso o Menino terá esse nome, que significa a sua identidade e a sua missão. Identidade, ou seja Ele é Deus que salva. Missão, ou seja, Ele veio, encarnou, para nos salvar, foi enviado com essa missão.

Cristo, que vem da tradução grega do termo hebraico “Messias”, significa “ungido”. Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (436), “ Em Israel eram ungidos, em nome de Deus, aqueles que Lhe eram consagrados  para uma missão d’Ele dimanada. Era o caso dos reis, dos sacerdotes, e, em caos raros, dos profetas”. Mas o Messias, devia ser, por excelência o Ungido de Deus, Aquele que Deus enviaria para estabelecer o seu Reino. O Messias foi ungido pelo Espírito Santo, como profeta, como rei, como sacerdote. Quando os Anjos anunciam aos pastores que o Menino que nasceu é o “Cristo, Senhor”, indicaram que o Menino é Aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo ( cf 10,36) concebido pelo poder do Espírito. Essa consagração vai renovar-se no dia do baptismo, como nos afirma os Actos dos Apóstolos: “Deus O ungiu com o Espírito Santo e poder” (Act 10,38). Falar de Cristo significa, pois, falar do Ungido do Pai, o “Santo de Deus”. Essa unção, essa consagração messiânica de Jesus, significa a sua missão divina. Ele como Ungido é o Messias, é o Profeta, o Sacerdote e o Rei.

Senhor, era o título por excelência de Deus, pois tinha sido assim que Ele Se tinha revelado a Moisés, Deus é o Senhor. Chamar a Jesus, Senhor, é dizer que Ele é Deus, que vive e partilha o poder e a divindade do Pai. Na sua vida pública, os milagres, a acção poderosa sobre os doenças, os demónios, a morte, demonstram que Ele é Senhor, que tem soberania divina. Por isso muitas vezes, nos Evangelhos, aparecem pessoas a tratá-Lo por Senhor, o que significa respeito, delicadeza, fé na sua autoridade e no seu poder. “ Ao atribuir a Jesus o título divino de Senhor, as primeiras confissões de fé da Igreja afirmam, desde o princípio, que o poder, a honra, e a glória, devidos a Deus Pai, também são devidas a Jesus, porque Ele é de ‘condição divina’( cf. Fl 2,6) e o Pai manifestou esta soberania de Jesus ressuscitando-O de entre os mortos e exaltando-O na sua glória” (CIC 449).O Menino que nos nasceu, Filho da Virgem Maria e Filho de Deus, é Jesus, ou seja, é Salvador. É Cristo, ou seja é o Ungido do Pai. É o Senhor, pois tem toda a soberania divina.

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3401

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