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Vocação, fé, coesão, identidade do povo e, do território Brigantino

Desde os séculos III e IV que a diocese com as paróquias [ORLANDIS, 2003] e, esta com comissões, mordomias, confrarias e, outras instituições católicas e, uma plêiade de pessoas vocacionadas, foi-se animando espiritualmente, mantendo a fé, a coesão, a identidade do povo e, do território Brigantino.
O território que corresponde à atual diocese de Bragança-Miranda, grosso modo, começou por ser administrado pela diocese de Astorga [sec. III, a XI], e depois por Braga [sec. XI, a XVI]. Astorga e Braga servem-se da divisão administrativa romana e, da sua estrada militar (Braga, Bragança, Astorga) [ALVES, 1934] Em 1545, com a criação da diocese de Miranda, o território de Bragança deixa de pertence parcialmente a Braga, embora só se desafete totalmente deste em 1881, com a anexação do Arcediagado de Moncorvo [ARQUI. BRAGA, 2018].
A evangelização de Trás-os-Montes, muito anterior à fundação de Portugal, é implementada primeiro pela diocese de Astorga e, depois por Braga, com a colaboração dos mosteiros Leoneses de “Sta Maria de Moreirola”, de “San Martín de Castañeda” e, Castro de Avelãs, filial dos primeiros e, “o principal centro religioso do Nordeste Transmontano” [CARDOSO, 2004].
Para além do clero secular, o regular, religiosos, Terceiras Ordens, Pias Instituições, tiveram na Diocese um papel muito relevante. Primeiro os Beneditinos, depois os Franciscanos [Bragança e, Algoso, 1271], incluindo o ramo feminino [Clarissas de Bragança e de Vinhais, 1585 e, 1587] respetivamente, as monjas de Santa Escolástica [Bragança, 1590], os Missionários Apostólicos [Vinhais, 1751], os Terceiros, os Missionários de Brancanes, os Padres do Calvário do Convento de Nossa Senhora das Flores, de Sezulfe, de regra Oratoriana [1679, a 1688], os Trinos Descalços [Miranda e Mirandela, de 1718, a 1758], os Marianos da Imaculada Conceição [1754], os Jesuítas [de 1718 a 1758) [OLIVEIRA, 2006], o Pio Instituto das Oblatas do Menino Jesus de Portugal (Mofreita 1793, Loreto, Bragança, 1794, Fornos de Ledra, 1819) [COSTA, 1999].
Também as confrarias clericais e laicais, de origem medieval, que com os Jesuítas explodiram e, envolveram grande parte da população transmontana [CARDOSO, 2004], incrementaram festas e novenas, sinais de forte “religiosidade popular que mistura o sentido religioso da vida, a cultura própria de um povo e, a revelação cristã” [Diretório piedade popular, 2002], ajudando a manter viva a fé católica do povo. Nove dias consecutivos, que terminam com a festa para pedir a intercessão de Jesus Cristo, da Virgem Maria, dos santos, a quem se fazem promessas e, oferendas, pelo Natal, Páscoa, Pentecostes, Imaculada Conceição, entre outras.

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