António Pimenta de Castro

NÃO MATEM (ainda mais) O MEU QUERIDO PAÍS

“Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más – mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito, não temos, dinheiro também não – pelo menos o Estado não tem – e homem não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela política. De sorte que esta crise me parece a pior – e sem cura.”
Eça de Queirós, Correspondência (1891)


A minha Homenagem às Livrarias do Nordeste Transmontano

Vivo em Trás-os-Montes já lá vai para mais de quarenta anos. Fui professor de História e, sem ler livros de História, Arqueologia e Etnografia, não podia ensinar aos meus alunos, como eu gosto de ensinar. Adoro ler livros, são a minha paixão e, para meu desgosto, vejo que aqui no Nordeste Transmontano, que há cada vez menos livrarias. Os livros são para mim, os meus melhores amigos, pois com eles aprendo muito do que sei e, sobretudo, aquilo que quero saber. Agora, que já estou aposentado, passo os meus dias a ler e escrever, escrever e ler, e a minha companhia diária, são os livros.


A minha homenagem aos “antigos” professores primários

Apesar de ter mais de sessenta anos, tenho saudades do tempo em que o professor primário (sobretudo as professoras, pois estas eram em maior número) era, a par do senhor padre, das pessoas mais consideradas na aldeia, na vila, ou mesmo na cidade. E isto devia-se a muitas razões, à nobreza da sua profissão, ao prestígio da sua missão social, ao carinho que dedicavam aos seus alunos, mas sobretudo à sua entrega, ao trabalho e empenho que punham no ensino. Os alunos saiam da escola dita “primária” a saber.


Salve-se a escola Pública e a Dignidade dos Profissionais da Educação em Portugal.

Temos assistido nos últimos tempos em Portugal a uma imensa greve dos professores da escola pública, a que se juntaram também os funcionários e outros auxiliares da educação, diga-se que é uma greve mais do que justa. Para além de ser uma greve altamente justa, que só peca por tardia, quer repor, não só o respeito, como a dignidade da educação no nosso país. Na realidade, os professores têm sido prejudicados, em vários aspectos na sua nobre missão de educadores, já há muitos anos. Eu, como docente, felizmente já aposentado, sou testemunha disso mesmo.


ARISTIDES DE SOUSA MENDES – UM HOMEM QUE ENOBRECE PORTUGAL

Aristides de Sousa Mendes foi um verdadeiro herói, que muito prestigiou, e continua a prestigiar, o nome de Portugal, ao salvar muitos judeus (e não só…) da morte, nos campos de concentração construídos pelos nazis, quando ele era cônsul de Portugal em Bordéus. É pena que seja ainda pouco conhecido, por isso, hoje vamos falar, com todo o prazer, um pouco da sua personalidade verdadeiramente humanista. Penso que cada terra portuguesa devia ter uma Praça ou rua com o seu nome. Era mesmo muito justo. Mas quem foi Aristides de Sousa Mendes?


Na altura em que deixamos de ser pessoas e passamos simplesmente a ser “idosos”

A nossa sociedade de hoje está, e cada vez mais, a ser mais massificada pondo-se de lado os valores humanos e os princípios éticos que nos foram ensinados pelos nossos ascendentes. Vivemos, cada vez mais, numa sociedade “descartável”, não só foi substituído o ser pelo ter, como, pouco a pouco, na vida só contam os números, como se um ser humano fosse um objeto que, uma vez usado, se deita fora…Vem isto a propósito de uma notícia que li há pouco tempo num jornal que leio habitualmente, e que tinha por título: “Casal de idosos morre afogado numa piscina”.


A importância da Educação

mental numa sociedade democrática e pluralista como a nossa, por isso não percebo a pouca importância que lhe é dada, como podemos observar pelas políticas que lhe são atribuídas, pelo baixo estatuto dado aos professores, pelo reduzido “investimento” feito e pelo “estado” de algumas das nossas escolas. Cada vez há menos professores, como se pode ver, pelos alunos que não têm todos os professores a todas as disciplinas e pelo crescente pedido de aposentação de milhares de professores ainda no ativo.


Chegou o Outono

Chegou o Outono...caíram já as primeiras bátegas de água...”Os Deuses” não se esqueceram dos homens e enviaram a chuva que vai fecundar a Terra-Mãe. A Natureza, depois da canícula tórrida do Verão, está desesperadamente amarela...ávida de chuva, com a “pele” gretada. Aqui e além vêem-se manchas negras de incêndios...a terra suplica por água que, como qualquer peregrino após longa caminhada, está cheio de sede...Cai a primeira chuvada...a água escorre pela face da terra, como lágrimas de gratidão em face humana...É este o milagre da vida!...


Um lindo passeio por Bragança

Que linda está Bragança! Com o rio Fervença e a sua envolvente, as ruas e rotundas cheias de estátuas e obras de arte, muitos e belos museus, enfim aqui respira-se cultura e bem-estar. Quem não vem a Bragança há muito tempo, repara logo nesta qualidade de vida que melhorou bastante. Depois destas notícias horríveis que se ouvem todos os dias (e as que se adivinham…), que bom é ir passear até à capital do distrito. Bragança tem vestígios que remontam ao período da Pré-História e aos vários períodos que se seguiram.


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