Pêra Fernandes

A CRUZ DELA*

Há anos, maravilhosos anos em que eu PENSAVA profundamente com o saudoso Dr. Fernando Subtil, que Deus tem, publiquei muitos textos PENSADOS no íntimo desta minha e vossa mente e acolitada pelo sangue vivo do meu coração. Dizia na altura que o que fazia falta era PENSAR. Hoje, também não se pensa; antes, eleva-se o prazer/ico.


A PARTIDA DELA*

Quando a sua pele sua, ela põe-se nua e vai-se lavar. Quando sai do banho limpa-se, veste-se, pinta-se, põe o perfume, toma o pequeno-almoço, calça as botas, pega na carteira e nas chaves, abre a porta da rua, dá duas festas ao cão, abre o portão, dispara o comando para o fechar e inicia o dia sentada na viatura velhinha do século passado.


A mente dá conta dela*

Visitando os meandros mais profundos da mente, descobre-se o PODER totalmente iluminado pela sapiência que emana de todo o corpo. A mente veste-se de rodas e percorre os órgãos apoiada no intelecto, na essência primeira. O cérebro, enquanto semente física, é caracterizado de diversas formas pela ciência que, nas partes essenciais, se torna impotente, uma vez que a ineficácia e o PODER não são mensuráveis.


A água sempre com ela

O caminho mais curto rumo à água pura corrente é rápido e espraia-se nas margens do Corredor Verde do rio Fervença. Por aqui as obras de retenção e drenagem começaram, penso eu, nas imediações do Instituto Politécnico de Bragança. No caminho, a água foi sendo armazenada em represas mais ou menos profundas.
Construíram-se várias pontes pedonais em ferro, de modo a que na passagem para a outra margem fosse possível ver a água através de orifícios intencionalmente furados no vão das pontes.


Agricultura no meio dela*

Quem quis matar a nossa agricultura? Quem sugou o melhor que os nossos agricultores sabem produzir? Pois se eles são mais velhos e portanto mais experientes, porque se vêem as suas terras ao abandono? Será por força do aliciamento externo através de subsídios sub-reptícios? Na verdade, volvidos alguns anos, os ricos da Europa acabaram por empobrecer usurariamente o nosso mundo rural. Auguram-se melhores dias?


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