Associações de produtores dariam mais-valia aos agricultores
Os produtores de castanhas tinham muito a ganhar se se organizassem num agrupamento de produtores. A ideia foi defendida num seminário, sexta-feira, à margem da Feira da Castanha de Vinhais, por Francisco Ribeiro, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), antiga Direção Regional de Agricultura e Pescas.
“Todos eles são importantes mas há áreas em que são mais vantajosos do que outras. Desde que levem a um acréscimo do rendimento e à fixação das mais valias da nossa região, isso é importante.
Se tivermos uma organização que faça a transformação na nossa região, criando postos de trabalho, que valorize mais o nosso produto, é lógico que é importante, quer na parte da castanha, quer dos outros frutos”, sublinhou este responsável.
Francisco Ribeiro aponta o dedo aos agricultores pelo facto de os movimentos já feitos no passado para a criação de agrupamentos não terem vingado.
“Terão de perguntar aos agricultores. Numa associação de produtores são eles que se organizam. Tem de ter uma estrutura diferente, de produção. Depois, uma estrutura de venda e os agricultores têm de se sentir envolvidos em todas as fases e setores, e estarem presentes em todas as assembleias da organização”, frisou o mesmo responsável.
A grande questão é que, numa região envelhecida e em que a castanha continua a ter forte procura do mercado. “as pessoas não sentem essa necessidade, sobretudo na castanha, porque tem escoamento”.
“É um produto com o qual as pessoas não ficam. Mas começamos a ter problemas na parte dos vinhos”, alerta, apontando a crise que este ano está a assolar a região demarcada do Douro, com miutos produtores sem saber o que fazer às uvas.
“Mas a castanha ainda continua a ser uma cultura muito rentável que faz com que as pessoas não sintam ainda a necessidade de se organizarem”, aponta.
Por outro lado, Francisco Ribeiro realça a necessidade de haver no Nordeste Transmontano uma unidade que permita a transformação da castanha num produto refinado, o que permitiria vender por valores substancialmente acima dos praticados atualmente.
“Se houvesse transformação, era muitíssimo mais rentável e a região ficaria a ganhar com isso”, garante.
Em Portugal, a transformação passa, essencialmente, pelo descasque e congelação da castanha. Há operadores que começam a produzir snacks de castanha mas ainda há espaço, por exemplo, para a farinha de castanha.