Bloco de Esquerda pede mais mobilidade

A necessidade de haver mais transportes públicos no Nordeste Transmontano foi uma das principais conclusões da sessão em que participou a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, segunda-feira, no Instituto Politécnico de Bragança.

A sessão, que tinha como mote a liberdade e o 25 de Abril, acabou por servir para discutir alguns dos problemas da região.

"A liberdade constrói-se com condições de vida. Sabemos que a crise da habitação é difícil e, aqui, para tantos estudantes do IPB, encontrar um quarto condigno é difícil e estudar com dignidade, ou as questões crescentes do discurso do ódio, que ameaça as pessoas e lhes tira liberdade. Isso é uma forma de retirar liberdade às mulheres. Há uns anos era impensável haver uma marcha LGBT no interior do país e hoje em ela existe. Já há muita gente a levantar-se com orgulho pela Liberdade, de todas as formas.

Ainda hoje aqui foi pedido que houvesse transportes coletivos porque as pessoas querem ter a liberdade para se movimentarem, a liberdade de poderem sentir-se seguras. Esse orgulho de poder ter escolhas e que a geração mais nova transporta é fundamental para os tempos que aí vêm", sublinhou Catarina Martins, que lembrou a "promessa não cumprida da mobilidade na linha do Tua".

A eurodeputada bloquista aponta ainda outros problemas na região. "Vemos o peso que têm tido as fábricas de bagaço de azeitona na qualidade de vida das pessoas e precisamos de nos perguntar se esse era exatamente o tipo de produção agrícola que precisávamos ou se poderíamos ter outros modelos muito melhores do ponto de vista ambiental e da soberania alimentar do país.

Também se falou de clima. Esta geração está preocupada e bem com o futuro do planeta", frisou.

A antiga líder do Bloco de Esquerda falou ainda das diferenças que encontrou-o em Bragança.

"A aposta do IPB nos estudantes internacionais é muito importante, com grande impacto. Podíamos estar a perderpopulação e a ficar numa situação em que o próprio IPB começasse a ser questionado, mas esta relação permite ter mais gente, mais vida, uma vida mais cosmopolita, e isso é muito importante", disse.

É preciso mais apoio para isso, e uma área fundamental é a da habitação, para desenvolvimento harmonioso e coesão territorial", concluiu.

Já o cabeça de lista por Bragança, Vítor Pimenta, frisou que a campanha vai ser semelhante à do ano passado. "Vamos focar-nos naquilo que tem sido o trabalho do Bloco de Esquerda na região, sobretudo questões que têm a ver com energia e eficiência energética, o IMI das barragens que queremos ter força para reivindicar aquilo que é um direito das populações do Nordeste Transmontano. Batemo-nos pelo contributo financeiro que estas empresas têm de dar à região", apontou.