Careto Air Show “marca a região e chega além-fronteiras”

Foram três dias em que Bragança esteve de olhos no céu para ver os cerca de 100 aviões que participaram no Careto Air Show 2025 que, entre sexta-feira e domingo, levou milhares de pessoas ao aeródromo municipal.
O presidente da Câmara, entidade parceira do Aero Clube de Bragança (ACB), considera o festival aéreo “um marco importante na cidade, na região eque chega além-fronteiras”, salientou Paulo Xavier.
Haverá dividendos no entender do autarca. “Temos cá quatro ou cinco mil pessoas. Está tudo esgotado na hotelaria e na restauração. O comércio em geral tem dividendos sobre isso”, observou Paulo Xavier destacando que a iniciativa “põe o foco no aeródromo” que a câmara deseja ver transformado em aeroporto regional.
Ainda assim, o autarca quer “um festival aéreo mais forte” e, como tal, o município “trabalha em conjunto” com o ACB com vista a alcançar esse objetivo. “Para ter uma dimensão diferente, chegar a outros fins e trazer mais gente ao nosso território”, acrescentou Xavier.
Segundo os responsáveis do Aero Clube o festival por eles organizado, em parceria com o Município de Bragança, gera um impacto económico na ordem dos 800 mil euros na cidade, representando um valor acrescentado para o território na ordem de 1 milhão e 300 mil euros.
O público respondeu mais um ano à chamada e encheu o recinto nos três dias. Deslumbrou-se mais uma vez com espetáculos de acrobacias dos campeões que regressam todos os anos, como Ramon Alonso, a Patrulha Fantasma, que voa em duas aeronaves completamente distintas continua a ser única, mas também os saltos dos paraquedistas Caretos, as piruetas, loops, voos invertidos e rasos, contando, novamente, com Luís Garção, Pedro Cunha Pereira, José Luís Lickfold, Hélder Guerreiro, foram um deleite para a assistência. Pela primeira vez, em Bragança, o jovem Jorge Loureiro, o único piloto português de acrobacia aérea em competição internacional, cumpriu a sua missão com primor.
Regressou também o avião Antonov2 e os caças F-16 da Força Aérea Portuguesa. Novidade foram os drones agrícolas, autogiros e as demonstrações. “O festival está a crescer. Começamos com um avião e um porco no espeto e hoje é isto que se vê. Tasquinhas e hotéis cheios. Estamos muito contentes, porque aquilo que queremos é mostrar a nossa gastronomia, a nossa tradição e a nossa terra. O retorno que conseguirmos trazer à nossa região é muito importante”, explicou Nuno Fernandes, presidente do Aero Clube de Bragança. O responsável considera que se trata de um evento cada vez com mais devolução para a cidade de Bragança e para a região transmontana. “Vem muita gente de fora que depois repete, gosta e regressa para passar férias”, acrescentou Nuno Fernandes.
Este ano foram realizados durante o Careto Air Show 200 voos solidários, uma atividade que é uma das grandes marcas deste festiva aéreo. As receitas reverteram para a ASCUDT – Associação dos Deficientes de Trás-os-Montes. “Para fazerem obras, nomeadamente uma sala de snoezelen para os seus utentes”, indicou o responsável.
A meta do ACB para 2025 é chegar aos mil voos solidários.
Foram ainda distribuídas 50 plantas para aumentar a pegada ecológica do Aero Clube e, desta forma, mitigar a poluição “que é pouca”, garantiu o presidente do clube.