Linha de Alta Velocidade pelo distrito de Bragança é “uma prioridade” defende Ministro das Infraestruturas
O ministro da Infraestruturas defendeu esta quarta-feira, em Bragança, que o estudo de viabilidade da linha de alta velocidade de Trás-os-Montes é uma prioridade para o Governo para os próximos anos, sendo considerado um passo importante para este território.
“Não são associações que estão a fazer este estudo. Agora é o Governo que está a proceder aos estudos através das Infraestruturas de Portugal [IP]. Sinalizamos de uma forma clara que assumimos isto como uma prioridade, e em conjunto com Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte [CCDR-N] Vamos assumir todos os estudos necessários para avaliar aqui que será a melhor solução para um distrito que há 33 anos que não acesso a ferrovia, disse Miguel Pinto Luz.
Segundo o governante, esta é “primeira vez que o Estado esta a desenvolver de forma concreta, estes estudos, e não há outros estudos”.
“A diferença é que o Estado português colocou para além da ligação Lisboa-Vigo e Lisboa-Madrid, foram colocadas as prioridades, Porto - Bragança -Zamora, Aveiro -Salamanca e Huelva Sevilha. Se não fizermos os estudos e os projetos, não teremos obra. De promessas já estamos todos fartos”, vincou Miguel Pinto Luz.
O ministro da Infraestruturas e Habitação falava à margem da assinatura da cerimónia de assinatura do acordo para estudos de viabilidade da Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes, que decorreu na sala de atos do Teatro Municipal de Bragança e que contou com autarcas, Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás os Montes (CIM-TTM), Infraestruturas de Portugal entre outras entidades.
Dois anos e meio para a conclusão dos estudos do projeto
Do lado CCDR-N, o presidente deste organismo, António Cunha, estima que a implementação destes estudos poderá demorar cerca de dois anos e meio.
Para o presidente da CCDR-N, este ato representa “uma afirmação do compromisso conjunto de vários atores num projeto transformado, para Portugal, para o Norte e, em particular, para as Terras de Trás-os-Montes”.
“A linha de alta velocidade de Trás-os-Montes representa uma nova centralidade para este território, um passo decisivo para a coesão territorial e para a mobilidade sustentável, e um sinal claro de que o interior tem um futuro promissor”, vincou.
O Plano Ferroviário Nacional (PNF) define orientações de longo prazo para o investimento numa rede ferroviária moderna, sustentável e interligada, com capacidade para suportar novos serviços de mobilidade e transporte de mercadorias, assegurando a integração plena nas redes transeuropeias de transporte.
Do acordo celebrado, a CCDR-N assume atividades de planeamento do investimento público e a elaboração de estudos de diagnóstico e prospetivos, com caráter regional, que permitam assegurar o desenvolvimento de infraestruturas e redes de serviços coletivos de forma territorialmente coerente e à escala regional, identificando sistematicamente oportunidades e fatores críticos de desenvolvimento.
Já a CIM-TTM fica comprometida com o desenvolvimento regional, promovendo a coesão entre os seus municípios e a valorização do território, incluindo a defesa de melhores ligações de transporte, nomeadamente ferroviárias, como fator essencial de conectividade e competitividade.
Por seu lado, a IP tem por objeto a conceção, projeto, construção, financiamento, conservação, exploração, requalificação, alargamento e modernização das redes rodoviária e ferroviária nacionais.
Já o presidente da Associação Vale d’ Douro, Luís Almeida, acredita que com este ato hoje realizado em Bragança foi dado um passo importante e irreversível para se verificar a viabilidade deste corredor ferroviário Porto-Bragança-Zamora.
“Se o Governo decidiu avançar com estes estudos, significa que no próximo quadro comunitário estamos condições para que este corredor ferroviário seja discutido, embora a decisão seja sempre política, foi dado um grande avanço nesta matéria”, frisou.
Já o presidente da CIM-TTM, Pedro Lima, disse que o acordo celebrado pode demonstrar “um Portugal por inteiro e deixar de haver interiores ou litorais, e Trás – os - Montes está no centro de uma enorme região peninsular e tudo isto é uma questão de justiça”, indicou o também autarca de Vila Flor.
No final da cimeira luso-espanhola, que decorreu em outubro, em Faro, Luís Montenegro informou que a ligação ferroviária Porto-Zamora se encontra em estudo “para ser aprofundada nos próximos anos”, entrando assim na lista de investimentos a coordenar com Espanha.
Em 16 de abril, o Conselho de Ministros aprovou o Plano Ferroviário Nacional e determinou à Infraestruturas de Portugal (IP) a avaliação de investimentos ferroviários prioritários, incluindo o estudo de ligações transfronteiriças entre Bragança-Zamora, Aveiro-Salamanca e Faro-Huelva.