Ministro da Agricultura acusa anterior Governo de tentar destruir o setor

O titular da pasta da Agricultura do Governo AD acusou o Partido Socialista de “tentar destruir a agricultura” e o exemplo mais claro dessa intenção esteve na decisão de integrar as direções regionais de agricultura na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).
José Manuel Fernandes diz que ainda tem dificuldade em perceber, porque “considero que politicamente não ganharam nada e o país perdeu muito. A única explicação que tenho encontrado é de que não gostavam dos agricultores porque consideravam que não estavam muito empenhados na causa socialista. E bem, não estão, nem nunca estarão”, disse, em Mirandela, no domingo, durante a sua intervenção na apresentação da candidatura de Paulo Pinto a presidente da câmara de Mirandela, nas autárquicas de 12 de outubro, pela coligação AD (ver texto na página 14).
E para reforçar a sua tese do desmantelamento das direções regionais de agricultura, o Ministro que tutela o setor no Governo AD revela o que lhe foi transmitido por Paulo Ramalho quando iniciou as funções de vice-presidente da CCDR-Norte, para a área da agricultura, no momento em que se deparou com a realidade da ex-Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, em Mirandela. “Quando ele tomou posse, um dos lamentos que teve e fotografias que me enviou, é que os recursos que tinha para ir ao terreno eram viaturas Renault 4 L de 700 mil quilómetros que não podiam ir para a estrada. Isto é a tentativa de desmantelar tudo. Claro que é muito mais fácil destruir do que depois reconstruir”, afirmou.
Mas o Ministro da Agricultura garante que este governo está a reconstruir o setor e explica porque considera que a nomeação do vice-presidente da CCDRN para a área da agricultura é de vital importância. “Ele depende do Ministro da Agricultura, exerce as funções de Diretor Regional e há algo que não tem sido devidamente percepcionado, também por culpa nossa”, admite. “Até agora, os Programas Operacionais Regionais foram só elaborados pelo Ministro da Coesão. No Norte estamos a falar 3.400 milhões de euros. Com a alteração da lei, o próximo Programa será feito em igualdade de circunstâncias pelo Ministro da Agricultura e pelo da Coesão”, disse.