A opinião de ...

Pirâmide de Maslow e os Resultados Eleitorais

Temos os resultados de mais um ato eleitoral. Os resultados devem ser lidos, refletidos e retiradas as respetivas conclusões. Somos muitos os que admitimos que a melhor forma de viver em sociedade é viver em democracia, cultivando e privilegiando os seus valores. Quando assisto à análise dos resultados eleitorais feita pelos representantes de cada partido questiono-me sobre onde se situarão estas pessoas relativamente à Pirâmide de Maslow. A teoria resumida por esta pirâmide admite que o ser humano evolui através de cinco níveis sequenciais, sendo o nível mais baixo e a base da pirâmide a “satisfação das necessidades fisiológicas básicas”, seguindo-se as “necessidades de segurança”, “necessidades sociais”, “autoestima”, e como topo da pirâmide a “autorrealização”.
Atendendo a estes cinco níveis era bom que todas as forças políticas, e respetivos deputados, respeitassem a representação que tiveram dos eleitores e que o grande foco se situasse nos interesse de quem os escolheu contribuindo para uma sociedade em que cada um dos seus membros possa ascender à autorrealização.
Se cada partido se focar nas pessoas, com certeza, que não haverá lugar a fantasmas, e não adianta afirmar, reafirmar e repetir até à exaustão o que os adversários políticos vão, ou não, fazer, esquecendo-se do seu próprio projeto.
Não há portugueses de primeira e portugueses de segunda, há portugueses, e o estatuto de cada português não pode ser medido pelo partido em que milita, em quem simpatiza ou em que votou.
Parece-me da mais elementar justiça que o partido, ou coligação, que teve mais deputados assuma a responsabilidade de governar o país, obviamente com diálogo e abertura para as propostas dos outros partidos. Por outro lado, os outros partidos devem contribuir para essa governação, utilizando o que as regras democráticas impõem, ou seja, dialogar no sentido em que algumas das suas propostas sejam aprovadas, votar a favor quando concordam com as propostas do governo e absterem-se nas propostas que não têm uma posição clara e votarem contra as propostas em que discordam.
Num país civilizado não podemos admitir que certas birras e teimosias partidárias possam contribuir para colocar alguns cidadãos na base da pirâmide, ou seja lutarem apenas para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas básicas, não podemos admitir que este ou aquele partido que não é governo e que pelo facto das leis da aritmética lhe permitirem desempatar situações decida o futuro do país. O futuro do país tem de ser construído por todos, mas sem esquecer a representatividade de cada um.

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