Um novo Francisco
Começou ontem o Conclave que vai escolher o sucessor do Papa Francisco. Será o 267.º Papa da história da Igreja Católica.
As previsões que se vão escutando apontam para uma escolha relativamente rápida, esperando-se (literalmente) fumo branco até esta sexta-feira.
Ontem, em declarações à Agência Ecclesia, o padre Tony Neves, conselheiro geral dos Missionários Espiritanos, em Roma, partilhou o “misto de sentimentos” que se vive pelo início do Conclave que vai eleger o novo Papa, considerando que cardeais têm uma “missão difícil, mas fundamental”.
E destaca que na capital italiana continuam “a ter um misto de sentimentos”, por um lado continuam “a olhar para trás” e a ver a “figura notável” de Francisco, que deixou “um legado muito difícil de dar continuidade”,
“Por isso, há sempre esta tristeza evocada por muita gente, que gostaria de ver o Papa Francisco ainda mais algum tempo à frente da Igreja, a animá-la, a liderá-la, a falar ao mundo, a renovar. A completar reformas que iniciou, mas que estão muito longe de estarem terminadas”, acrescentou o missionário.
O missionário português, doutorado em Ciência Política, observa que a partida do Papa Francisco deixou “um vazio que é importante que seja preenchido”, porque, na sua opinião, “era uma das raras, se não a única referência moral do mundo”, e quer acreditar que o Papa que vai ser eleito “seja essa pessoa que continua a ser uma referência moral”, que seja “uma figura grande a iluminar, a inspirar e a ajudar a tomar decisões que façam a humanidade avançar”.
Esperemos, pois, pela intervenção do Espírito Santo.
Uma coisa é certa, o próximo Papa vai estar condicionado pela atuação de Francisco pois qualquer coisa que faça será objeto de comparação. Se for na mesma linha do que se esperararia do Papa Argentino, então não faltarão vozes a dizer que o estará a imitir. Se fizer o contrário, haverá quem diga que o estará a desafiar.
Deixemos, pois, o Papa ser o Papa que quiser ser e fazer o que tem de ser feito.
Entretanto, em Bragança estiveram alguns especialistas em Inteligência Artificial, que alertaram para alguns riscos do uso massificado e sem controlo. Por um lado, apontam questões éticas.
Por outro, apontam mesmo questões práticas. Desde ‘factos’ que são dados como certos e que não passam de invenção a outros aspetos mais corriqueiros. Por exemplo, se um qualquer aluno ‘pedir’ a uma das aplicações o resumo de um qualquer documento de estudo, a aplicação vai dar-lhe um resumo diferente do mesmo documento de cada vez que o pedir. Isso significa que o mesmo documento vai potenciar diferentes visões.
E o fundamental é estar informado para os riscos e as limitações da tecnologia para não acharmos que nos está a dar mais do que aquilo que pode.