A opinião de ...

Meus senhores, isto só visto!

Estas três palavras tão simples, “isto só visto”, sintetizam e traduzem na perfeição a realidade sociológica e política, a que chegou, ou melhor dito, deixaram que chegasse, o dia a dia desta espécie de país, que séculos a fio, deu catas ao mundo e do qual pouco mais resta que o glorioso nome Portugal, sendo tempo, e Deus queira que não seja já demasiadamente tarde, para parar e pensar se valerá a pena continuar a acreditar que ainda há um futuro digno para o que resta deste nosso Portugal, este país nobre e digno que os nossos maiores nos legaram, em que nascemos, do qual sempre nos orgulhámos, que os nossos antepassados nos ensinaram a respeitar e a amar como sendo a pátria querida de todos nós.
Este é agora o grande desafio com o qual, o que resta do povo português está confrontado, para o qual se exige uma resposta urgente e adequada, na certeza de que a situação é tão grave que, não faz grande sentido continuar cantar os versos do glorioso e sagrado hino nacional em que se pede ao “nobre povo e à nação valente e imortal, (que já não somos), que levantem hoje de novo o esplendor de Portugal”, o que deixa em aberto a tarefa inadiável de perceber o que resta desse nobre povo e dessa nação valente.
Não só, mas com especial com especial evidência em toda a atividade e a todos os níveis da política atual os exemplos em contrário são tantos e tão evidentes que, chamem-lhes o que quiserem chamar, nada justifica que se ignorem ou que se passe por eles como gato por cima de brasas, não vendo, ou não querendo ver, o autêntico forrobodó em que transformaram a nobreza e a dignidade da atividade política quando esta, em vez de ser assumida e exercida como missão ao serviço do bem comum, está transformada numa espécie de coutada privada, usada como trampolim para promoção pessoal, satisfação de vaidades, de ressentimentos, de ambições e de interesses próprios inconfessados e oportunidade para ajuste de contas e vingançazinhas mesquinhas e despropositadas.
Para quem restarem dúvidas, revejam os espetáculos degradantes proporcionados pelas candidaturas que já se apresentaram, leiam as entrelinhas das intervenções dos candidatos e observem a corja de figuras figurinhas e figurões que se colam a elas, que sem decoro nem vergonha renegam os seus princípios, se vendem por um prato de lentilhas, mudam de partido e de ideias como quem muda de camisa e que, como as moscas nas águas fétidas de verão, gravitam zumbem à volta dos candidatos, se instalam e pavoneiam nas primeiras filas, na esperança de que as televisões lhes concedam alguns segundos de glória.
Com campanhas deste nível e a lista de personalidades que já se apresentaram como candidatos à presidência da república, a única coisa que nos resta, é lamentar a sorte desta pátria que tais filhos tem.
(Continua)

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