A opinião de ...

A escassez de competências

Entrados em 2024, com expetativas positivas e determinadas de mudança para melhor, como sempre acontece no dealbar de um novo ano, importará que façamos de tudo para colmatar as lacunas e para impulsionar as estratégias de melhoria de vida, quer individual quer coletiva.
Assim sendo, entre outras áreas de mudança, assinalada pela Comissão Europeia e por si proposta e aprovada como tema para o Ano Europeu que se encontra na reta final, pois termina a 08 de maio de 2024, deparamo-nos com a questão das Competências.
Os Anos Europeus constituem-se como instrumentos interessantes e pertinentes para, não só, chamar a atenção e propiciar o debate sob o tema escolhido, mas também para fazer evoluir as mentalidades e propiciar a definição de políticas europeias, nacionais e, acrescentaria eu, regionais e locais.
Neste Ano Europeu o que está em causa é precisamente ajudar, em diferentes âmbitos, a encontrar respostas à necessidade de ter forças de trabalho com competências exigidas para se tornar possível um desenvolvimento sustentável e suficientemente competitivo a fim de garantir, igualmente, justiça nas transições digitais e ecológicas que se ambicionam.
Para a realidade da nossa região, nas duas CIM que a compõem, até há bem pouco tempo, o investimento na resolução deste assunto prendia-se no encaminhamento maioritário do investimento para a formação e melhoria das competências das pessoas que já estão empregadas ou para propiciar a mobilidade laboral daquelas que procuravam novos empregos, garantindo uma resposta suficiente, dentro do possível, aos diversos empregadores.
Contudo, hodiernamente, em tempos de carência crítica de mão de obra dentro de portas, o foco da atenção e do investimento, face ao devir dinâmico da realidade que se nos impôs, enquadra-se mais no esforço de atração de pessoas de fora da União Europeia com as competências necessárias para resposta cabal ao mercado de trabalho.
Contudo, como se tem percebido pelas pessoas que se tem atraído de países terceiros, os nossos irmãos do Brasil e de África de língua portuguesa, uma parte não traz o reconhecimento das suas qualificações e talentos e uma grande parte apresenta escassez elevada de competências.
Daqui torna-se necessário que seja proporcionada e exigida a frequência de formação para aumento e melhoria das competências, de acordo com as necessidades dos diferentes empregadores locais, garantindo salvaguardas sólidas de legalidade e de condições de recrutamento e de trabalho justas.
Aberta a porta do Ano Novo, que os Municípios, as entidades formadoras, as Associações Comerciais, etc, abram também a porta às medidas tendentes a solucionar os desafios demográficos pelo aproveitamento da migração legal.

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